Lula fala sobre regulação da mídia e é criticado: “Apologia a censura”

Na última sexta-feira (20), o ex-presidente falou que medida será prioridade de seu governo, caso seja eleito

 

“Precisamos fazer um novo marco regulatório para a comunicação no Brasil”. Essa foi a afirmação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista coletiva realizada na sexta-feira (20) em São Luiz, no Maranhão.

Para ele é preciso pensar nessa medida de forma urgente. “Tenho que fazer uma autocrítica. Nós não tratamos a reforma da comunicação, a regulação (da mídia), como deveria ser tratada. Aprovamos (no meu governo) um programa para que a gente pudesse regulamentar os meios de comunicação. (…) Eu não sei por que ‘cargas d’água’ não foi colocado no Congresso esse projeto”, reclamou o petista.

O atual presidente Jair Bolsonaro pensa diferente. Em seu twitter, o político já disse que não pretende promover qualquer tipo de regulamentação. “Em meu governo, a chama da democracia será mantida sem qualquer regulamentação da mídia, incluídas as sociais. Quem achar o contrário, recomendo um estágio na Coreia do Norte ou Cuba”, escreveu.

Porém, Lula garantiu que se voltar ao poder essa será uma de suas primeiras ações. “Ou a gente faz isso ou vai continuar sendo vítima da espoliação de meia dúzia de famílias que manda na comunicação. É preciso haver uma regulamentação”, destacou.

O petista ainda atacou a imprensa e defendeu a Venezuela. “Eu vi como a imprensa destruía o Chaves (ex-presidente da Venezuela). Aqui eu vi o que foi feito comigo. Nós vamos ter um compromisso público de que vamos fazer um novo marco regulatório dos meios de comunicação e espero que os senadores e os deputados entendam que isso é necessário para a democracia. Inclusive vamos discutir com a sociedade uma regulação da internet”, detalhou.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, rebateu a declaração de Lula. “O PT tem falado reiteradamente sobre a regulação da mídia, e voltou a repetir. Estamos em 2021 e temos que lutar pela liberdade de expressão e da imprensa, como defende o governo Jair Bolsonaro. Não queremos retrocesso”, escreveu em sua rede social.

O que destruiu a Venezuela

Há muitos pontos questionáveis da declaração de Lula. Antes de qualquer coisa, dizer que a imprensa destruiu Hugo Chávez é um ataque à nossa inteligência.

Só para citar alguns dados, quando Hugo Chávez assumiu o poder na Venezuela, há quase vinte anos, o populismo esquerdista que dizia defender a democracia mostrou sua verdadeira face, a do autoritarismo.

Assim, desde que o governo chavista passou a intervir nas empresas privadas e criar estatais deficitárias a inflação passou de 1.000.000 % e a população ficou sem acesso a itens básicos de consumo, passando fome. De acordo com uma pesquisa da empresa Venebarómetro, oito em cada dez venezuelanos afirmam não ter dinheiro suficiente para comprar alimentos ou remédios.

Então, será que o problema de Chavez, ou da Venezuela, foi a imprensa? É claro que não! E é uma afronta a democracia defender regimes como esse, que deveriam ser abominados por qualquer pessoa que visa um país justo. Mas, não sei o que acontece que a paixão ideológica cega as pessoas e impede uma compreensão racional dos fatos.

O atual Ministro das Comunicações, Fábio Faria, se posicionou contra a declaração de Lula e defendeu a liberdade de expressão e da imprensa

MARCELO CAMARGO / AGÊNCIA BRASIL

Censura pura e simples

Considerada uma bandeira histórica do PT, essa regulamentação defendida por petistas e por parte da esquerda brasileira agride diretamente a liberdade de expressão.

Apesar de defender a democratização, por trás da cortina de fumaça, há censura e busca pelo controle. Só não entende isso quem não se informa.

Isso porque essa regulação nada mais é que uma maneira que um governo tem, por meio de instrumentos legais, para “regular os direitos, os deveres e as regras referentes ao exercício da liberdade de imprensa em seus territórios”.

A exemplo do que acontece na Venezuela, os meios de comunicação, com o passar do tempo, seriam comandados por “conselhos”.

Então, caro leitor, detalhes como esse fazem toda a diferença na hora pensamor sobre o futuro que queremos para o nosso país. Se no passado a restrição à liberdade se dava de forma evidente e agressiva, hoje ela ganhou formas sutis.

A perseguição à mídia e à liberdade de expressão vinda diretamente do Supremo Tribunal Federal e até do Congresso Nacional tem mostrado isso. Como já disse anteriormente, não se trata de defender nenhuma pessoa física ou instituição, trata-se de defender a nossa democracia.

Temos o direito e o dever de nos manifestar e lutar pelo futuro da nação. A tentativa de criar regras que cerceiam a liberdade de informar revela uma censura dissimulada e disfarçada. Não podemos permitir que nos façam parar de pensar. Nossa maior arma ainda é o voto.

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