Cantor e compositor – Assis Medeiros – lança o single
LUANDA
Com participação de Flora Lago, nova parceria de Assis com o poeta maranhense Celso Borges traz o pop com uma pitada de regionalismo
Musicada por Assis Medeiros, Luanda se aproxima do Semba angolano e dialoga “às avessas”, brinca Assis, com o Baião e o Carimbó brasileiros. “É uma boa salada do Brasil com Angola carregada de sonoridade dançante”, diz o compositor.
O single chega às plataformas digitais dia 20 de agosto acompanhado de videoclipe (ative o lembrete aqui) com imagens e fotos de Adriana Lago e Clarisse Borges, enquanto Daniel Minchoni assina a criação e montagem.
Em uma viagem de voos e fumaça no céu da Camboa, bairro de São Luís (MA), à beira do rio Anil, a letra traz palavras e gírias angolanas, como camba (camarada), kabomba (polícia), baldar (mentir), mujimbo (boato), cumbú (dinheiro), boda (festa), bina (bicicleta) e bazeza (palerma).
A música brinca com o termo diamba, nome maranhense para maconha, e cita a esquadrilha da fumaça. Uma imagem muito presente na infância de Celso Borges, quando os aviões [da esquadrilha] faziam acrobacias no céu de São Luís.
Luanda é a segunda de uma série de três composições que o poeta Celso Borges escreveu depois de contato com obra do escritor angolano Ondyak, cuja literatura é recheada de regionalismos – gírias e expressões locais.
Assis Medeiros é produtor musical, compositor e jornalista. Com cinco discos já lançados (Burrodecarga, de 2007; Baiãozinho Nuar, de 2010; Lamina, de2016; Anarquia e Amor, de 2019; e Sertão do meu Amor, de 2021), Assis também produz trilhas sonoras para cinema e teatro. Na TV Senado, ele apresenta o programa Estúdio A, onde entrevista compositores e cantores brasileiros. Seu sexto álbum, de composições autorais e inéditas, está em fase de finalização e será lançado ainda este ano.
Celso Borges, poeta e letrista maranhense, autor de 11 livros de poesia, entre eles Persona non grata (1990) e O futuro tem o coração antigo (2013), além dos CDs XXI (2000), Música (2006) e Quase (2010). Fez mais de 100 canções, em parcerias com Zeca Baleiro, Chico César, Criolina, Nosly, Assis Medeiros, entre outros.
Flora Lago toca violão e canta desde os 15 anos. Aos 16, participou do seu primeiro festival de música, realizado pelo SESC/DF. A cantora lançou seu álbum de estreia (O tempo dela) em 2020. O EP tem quatro canções e uma forte influência do reggae. Flora Lago tem 25 e participou dos dois últimos trabalhos do compositor Assis Medeiros, os discos Lamina (2015) e Anarquia e amor (2019).
Serviço
Luanda (single)
Lançamento oficial: sexta-feira, 20 de agosto 2021
Onde: em todas as plataformas digitais e no YouTube (ative o lembrete aqui)
Ficha técnica
Produzida, gravada e mixada por Assis Medeiros no PontoSemNó Estúdio (Brasília/DF)
Masterizada por Homero Lotito no Reference Mastering Studio (São Paulo/SP)
Participação especial: Flora Lago
Videoclipe
Imagens e fotos de Adriana Lago e Clarisse Borges
Criação e montagem por Daniel Minchoni
LUANDA
(Assis Medeiros e Celso Borges)
ali, no céu da camboa,
tu num tá vendo, meu camba
numa nuvem voando
fumaça de diamba?
tu num tá vendo
vida é mistério profundo
só maresia e ondas
sangue no peito do mundo
e o coração batendo
semba de uma nota só
e o coração batendo
solamente só
vamo fugir da kabomba
bailar em festa de bamba
e se eu capotar no caminho
não me acorda, meu camba
deixa de baldar broda
tá com conversa fiada, mané
tu é só farol,
mujimbo pra boi dormir
me dá logo o cumbú ê que ê
me dá logo cumbú ê qui ô
se a fome é que manda no mundo
Não dá pra salvar nem a birra
maluco bolado na boda
bedelho esganado de vida
tu num tá vendo
aquele curió de dona raimunda
tira ele dendagaiola
vamo ouvir vinvim na varanda
e fugir da kabomba
pra bater bumba-boi de zabumba
ali, no céu da camboa,
tu num tá vendo, meu camba
numa nuvem voando
fumaça de diamba?
tu num tá vendo
vida é mistério profundo
só maresia e ondas
sangue no peito do mundo
e o coração batendo
semba de uma nota só
e o coração batendo
solamente só
vamo fugir da kabomba
bailar em festa de bamba
e se eu capotar no caminho
não me acorda, meu camba
vamo de bina, bazeza
dar uma bola na praça
e ver no céu da cidade que dança
a esquadrilha da fumaça
ali, no céu da camboa,
tu num tá vendo, meu camba
numa nuvem voando
fumaça de diamba?