Senador pede à CPI prisão de empresário que denunciou propina

Alessandro Vieira acusou depoente de falso testemunho depois que ele reproduziu áudio para atrair deputado Luis Miranda

 

O senador Alessandro Vieira (Rede-ES) pediu a prisão do depoente à CPI da Covid desta quinta-feira (1º), Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que denunciou ter recebido proposta de propina do ex-diretor do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em negociação por 400 milhões de doses vacinas da Astrazeneca/Oxford.

Ele considerou que o empresário deu falso testemunho aos senadores, ao reproduzir áudio do deputado Luis Miranda (DEM-DF) sugerindo que o parlamentar também estaria envolvido em esquemas de corrupção na compra de vacinas. Na semana passada, Miranda e seu irmão denunciaram o líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (MDB-PE), e servidores do Ministério da Saúde por suposto superfaturamento no contrato da vacina Covaxin. Barros e o governo negam as acusações.

“Aqui eu tenho a ata notarial produzida agora no Cartório do 4º ofício do DF, onde o deputado federal Luis Miranda compareceu e apresentou todo o conteúdo dos diálogos, áudio, prints e conversas que teve – se eu não estiver enganado no mês de setembro de 2020 – falando sobre venda de luvas”, disse o senador Vieira.

“Este é o áudio que o senhor apresentou à CPI como se fosse um áudio de intermediação de venda de vacinas. O senhor tem noção da gravidade do que o senhor está fazendo”, completou.

No entanto, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-BA), afirmou logo depois que não deve aceitar o pedido. Cabe a ele determinar à Polícia Legislativa do Senado que prenda convocados e investigados durante os depoimentos.

“Eu não tenho nenhuma intenção de fazê-lo. Eu imagino suas filhas, seu filho, sua esposa vivendo esse momento. Aquilo que a gente não quer para gente, a gente não deseja para os outros”, rebateu Aziz.

Essa é a segunda vez que o presidente nega pedido de prisão de convocados. A primeira ocorrência foi durante o depoimento do ex-secretário Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, em maio.

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