De acordo com levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a atual alta medida no decorrer dos últimos 12 meses é a maior percebida dentro da construção civil. A inflação medida no período é de 38,66%.
Entre as altas, chama a atenção o preço do aço. No período avaliado, o item subiu 72,6%.
“Estamos vivendo um fenômeno especial não apenas no Brasil, já todos os insumos tiveram impacto muito expressivo”, disse Marco Paulo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, em entrevista à CNN Brasil.
De acordo com uma avaliação interna da FGV, alguns dos itens que puxam a inflação para cima estão atrelados à exportação e sofrem com a desvalorização do real. Ou seja, matérias-primas como minério de ferro, alumínio e cobre vão seguir na tendência de alta demanda internacional.
A retomada da economia de países que controlaram a pandemia, com pacotes altos de investimento em infraestrutura, a demanda alta na construção civil e também na indústria automotiva são fatores que devem manter a alta no aço pelos próximos meses.
Essa elevação já é sentida também nas construtoras e deve impactar o andamento de obras e novos lançamentos imobiliários, principalmente aqueles que são voltados para classes baixas.
Além dos efeitos da inflação nas ferragens, há um aumento gradativo em concretagem, gesso, cimento e outros itens utilizados pela construção civil.
De acordo com levantamento do IBGE, os materiais de construção ficaram 3,14% mais caros em abril e passaram a custar R$ 789,10 por metro quadrado. Já o metro quadrado da mão de obra encareceu 0,18% no mês e passou a custar R$ 574,31.