Governador do DF quer acelerar vacinação e descarta medidas restritivas mais rígidas

O governador do DF afirmou que, com o próximo lote de vacinas, espera abaixar a faixa etária e vacinar pessoas com comorbidades a partir dos 18 anos. Hoje, começam os atendimentos para esse segmento na faixa etária de 25 anos ou mais

 

O Governo do Distrito Federal espera que a próxima remessa de vacinas contra a covid-19 enviada pelo Ministério da Saúde seja suficiente para ampliar a campanha de imunização para o último grupo de pessoas com comorbidades. Segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), quem faz parte desse público e tem 18 anos ou mais deve começar a ser atendido em breve. “A gente espera que com os próximos lotes vacine todo o pessoal de comorbidades a partir dos 18 anos”, disse, durante a inauguração do Hospital acoplado de Samambaia ontem. Hoje, começa a vacinação de pessoas com doenças preexistentes que tenham a partir de 25 anos.

Durante o evento, o chefe do Executivo local afirmou que o GDF tem dificuldade de montar um calendário prévio de vacinação, pois depende do envio de doses e de determinações do governo federal. “Temos uma dificuldade de fazer uma divulgação antecipada para outras categorias a serem incluídas porque o ministério (da Saúde) só nos passa com um dia de antecedência, como foi no caso dessa semana, dos aeroportuários. Então, não temos como saber de pronto quem será vacinado”, considerou.

A última ampliação da campanha incluiu pessoas com comorbidades a partir dos 25 anos. Esse público começa a ser imunizados hoje, das 9h às 17h, em seis pontos de atendimento (Veja em Onde se vacinar). Além deles, idosos com 60 anos ou mais podem procurar os postos para receber a primeira ou a segunda dose das vacinas. Há a expectativa de que novos lotes também possibilitem o retorno da vacinação por faixa etária agora que o ministério deu autorização para isso.

Apoio

Nas últimas 24h, o DF registrou 993 novos casos e 31 óbitos de covid-19. No total, 403 mil pessoas foram infectadas pelo vírus e 8.600 morreram desde o início da pandemia. Com as atualizações, a média móvel de mortes chegou a 22,6, número 21,8% menor do que o registrado há duas semanas. A mediana de casos ficou em 884,3, equivalente a um aumento de 4% em relação ao mesmo período. Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, a taxa de transmissão do vírus está em 0,99.

Ontem, a rede pública operava com 89,8% de ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) voltados para o tratamento do novo coronavírus. Dos 462 disponíveis, 229 estavam ocupados, 26 vagos e 207 bloqueados. Na rede privada, a taxa de ocupação também era de 89,8%, sendo que dos 310 leitos, 223 estavam com pacientes, 25 livres e 61 bloqueados.

Para auxiliar no atendimento aos pacientes com covid-19 e desafogar o sistema de saúde, o GDF inaugurou o hospital acoplado de Samambaia. Erguido como uma extensão do Hospital Regional de Samambaia (HRSam), o anexo tem 102 leitos para pacientes acometidos pela doença, sendo 98 de enfermaria e quatro de isolamento. Ibaneis afirmou que pretende construir mais duas unidades do tipo em Paranoá e em Planaltina.

A infectologista Ana Helen Germoglio afirma que a abertura de mais leitos é uma medida importante, porém o ideal seria que as pessoas não chegassem aos hospitais. “Só precisamos de mais leitos se o número de casos aumentar, e isso acontece quando a transmissibilidade do vírus também está alta”, explica. Para a especialista, o GDF faz bem em querer agilizar a vacinação, mas peca no controle de casos. “Precisamos investir na vacinação e no monitoramento. Com base nos dados diários, é possível pensar em boas medidas de prevenção para, por exemplo, evitar que novas cepas da doença cheguem ao DF”, completa.

Novas cepas

O GDF ainda não descartou oficialmente a infecção pela cepa indiana do novo coronavírus no brasileiro que está em observação na capital federal. Apesar do resultado do primeiro exame ter apresentado resultado negativo, ontem, a pessoa fez um novo teste RT-PCR, e o resultado está previsto para sair hoje. Independentemente da conclusão, ele seguirá isolado e em acompanhamento por equipes da Secretaria de Saúde. Na próxima sexta-feira, ele realizará o último teste. Caso seja negativo, ele será liberado da quarentena.

Durante o evento de ontem, Ibaneis afirmou que, mesmo que a nova cepa do vírus ainda não esteja no DF, a possível chegada dela preocupa. Apesar disso, o chefe do Palácio do Buriti não pretende adotar novas medidas de restrição, por enquanto. “Temos que tomar cuidado, porque sabemos que está chegando uma nova cepa, a indiana, e parece ser mais agressiva. A população deve se cuidar, usar máscara, evitar aglomerações e tentar se proteger. Sabemos que essa doença tem matado muita gente e nos preocupa a chegada de mais cepas, que são quase impossíveis de se separar da população por meio de qualquer tipo de bloqueio”, completou.

Onde se vacinar no fim de semana

Atendimento será das 9h às 17h

Águas Claras
Uniplan – Av. das Castanheiras, Águas Claras – Drive-thru

Ceilândia
Sesc de Ceilândia – QNN 27 Área Especial S/N, Ceilândia Norte – Drive-thru

Plano Piloto
Estádio Mané Garrincha – Drive-thru Torre de TV – Drive-thru
Parque da Cidade – Estacionamentos 12 e 13 – Drive-thru

Taguatinga
Taguaparque – Colônia Agrícola Samambaia (pistão norte) – Drive-thru

Rejeição à vacina preocupa

 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press

No Distrito Federal, a vacinação contra a covid-19 teve início em 19 de janeiro, e o primeiro grupo contemplado foi o dos profissionais de saúde. Porém quatro meses depois, cerca de 4.006 servidores da Secretaria de Saúde do DF ainda não foram receber a primeira dose dos imunizantes. A informação foi divulgada pelo secretário de Saúde, Osnei Okumoto, na última coletiva da semana realizada no Palácio do Buriti.

De acordo com o titular da pasta, dos 32.578 servidores da Saúde, 28.572 tomaram a primeira dose. Okumoto afirmou que não há nenhum tipo de punição para essas pessoas. “É a escolha desses funcionários. Um dos requisitos básicos da saúde é a autonomia do paciente para que ele possa escolher qual é o tipo de tratamento que vai receber. No caso da vacinação, também”, disse. Entre os últimos grupos a serem incluídos na campanha, Osnei calculou que cerca de 22 mil profissionais de saúde de empresas particulares e do sistema federal ainda não se vacinaram.

Até o momento, o DF vacinou 623 mil pessoas com a D1 (primeira dose) e 318 mil com a D2 (segunda dose). Ontem, 8.353 primeiras aplicações foram administradas, além de 2.635 reforços. Entre os grupos prioritários, dos idosos com mais de 60 anos, público estimado pelo Plano Distrital de Vacinação em 352.789 pessoas, 343,5 mil receberam a D1 e 200,9 mil, a D2. Os profissionais de saúde, dos 101, 9 mil previstos, 148 mil se vacinaram e 107,3 mil completaram a imunização. O GDF estima que 309 mil pessoas com comorbidades residentes da capital. Até o momento, 105 mil receberam a primeira dose e 1.384 a segunda.

4.006
Número de profissionais da Saúde que não se apresentaram para tomar primeira dose

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