Está com covid? Veja cuidados com o tratamento feito dentro de casa

É a oxigenação que diferencia um caso leve dos mais graves, que precisam de internação e oxigênio

 

O diagnóstico positivo para a covid-19 pode vir acompanhado de pânico e incertezas. Embora a doença seja perigosa e exija prevenção e cuidados, a maior parte dos pacientes são orientados a se recuperar em casa, segundo José Davi Urbaez, médico e diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal. Ele explica que não há motivos para preocupação — o que não significa descaso com a situação. “Quando não há sinais de alarde e a saturação sanguínea está boa, o paciente pode se recuperar de casa com tranquilidade.

É a oxigenação que diferencia um caso leve dos mais graves, que precisam de internação e oxigênio. Mesmo em casa, a pessoa precisa prestar atenção se seu caso não vai evoluir”, ressalta. Segundo o infectologista, o paciente pode fazer uso do oxímetro de pulso e, em caso de sintomas mais intensos, como febre persistente e dores musculares fortes, retornar ao atendimento médico.

Joana D’arc Gonçalves, infectologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), ressalta a atenção que os pacientes devem dar aos sintomas da covid-19. “A pessoa pode ser assintomática, sem sinais, ou oligossintomática, ter poucos sintomas e com melhora rápida. Consideramos sinal de gravidade a saturação de oxigênio menor que 94%. Normalmente, quando começa a passar mal, o paciente respira pela boca e usa a musculatura acessória do pulmão, movimentando o tórax de maneira diferente. Mas, às vezes, a principal manifestação é de cansaço intenso”, alerta a infectologista.

Porta de entrada

Aos primeiros sinais de possível infecção por covid-19, Joana D’arc sugere que a pessoa procure uma unidade básica de saúde (UBS). “É melhor e mais fácil do que procurar um hospital, já que qualquer profissional de saúde pode medir a saturação”, recomenda. Beatriz Oliveira Pereira, 22 anos, seguiu a orientação de ir a uma unidade básica de saúde para o primeiro atendimento. Depois que a mãe, Maria Patrícia, de 45 anos, recebeu o resultado positivo para a covid-19, a estudante de psicologia e os avós, Terezinha, de 73 anos, e Diniz, de 77, se dirigiram para a UBS 2 de Samambaia e descobriram que também estavam infectados com a doença. “Apenas minha avó precisou ser internada. Ela tem hipertensão, diabetes e teve 35% do pulmão comprometido. Ficou duas semanas no hospital, recebendo oxigênio”, relembra Beatriz, moradora de Samambaia Norte.

“Eu tive sintomas muito leves, febre por um dia e sentia cheiro e gosto de ferrugem. Meu avô, que é fumante, teve muita diarreia. Ele chegou a fazer exames no pulmão, que apontaram condições excelentes”, relata.

Para o médico José Davi, o ideal é que, mesmo em casa, a pessoa mantenha contato com a unidade de saúde todos os dias. “É fundamental para detectar se o caso de covid-19 em questão é realmente leve ou se está evoluindo”, afirma o infectologista. No entanto, a Secretaria de Saúde do DF ainda não oferece esse tipo de atendimento para casos da doença. Foi esse acompanhamento a distância que permitiu que Niely Gonçalves, 33 anos, se recuperasse da doença em casa.

A moradora de Sobradinho contraiu covid-19 em agosto e, apenas com sintomas leves de gripe, melhorou o quadro com 10 dias de repouso. “Procurei um hospital particular e fui orientada a ficar em casa, com monitoramento via telemedicina todos os dias, da rede Amil”, relembra a psicóloga. “Me senti segura com a recuperação caseira por ter o suporte da telemedicina. Eu fazia aferição da pressão, da glicose e da oxigenação, com o oxímetro, várias vezes ao dia, e informava aos profissionais”, descreve.

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