Com fim do auxílio, vendas caem 6,75% nos supermercados em fevereiro

Na comparação com o período pré-pandemia, no entanto, vendas do setor continuam em alta

Os supermercados brasileiros já sentem os efeitos da redução do auxílio emergencial. É que as vendas do setor tiveram uma queda real de 6,75% em fevereiro, na comparação com janeiro. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) destaca, no entanto, que as vendas subiram 5,18% em relação ao mesmo período do ano passado. Por isso, mantém a expectativa de que o setor cresça 4,5% em 2021.

Vice-presidente da Abras, Marcio Milan afirmou nesta quarta-feira (14/4) que o recuo observado em fevereiro é um reflexo do menor número de dias úteis do mês e também do fim do auxílio emergencial. “Em janeiro, ainda teve resquícios do auxílio emergencial, teve um comportamento normal. Fevereiro foi um mês mais difícil para todos, em função do fim do auxílio e da formação do mês”, afirmou Milan, ao apresentar o Índice Nacional de Consumo (INC) da Abras.

Ele admitiu ainda que, em março e possivelmente em abril, o setor também pode ser impactado negativamente pela ausência do benefício e, sobretudo, pelo recrudescimento da pandemia, que exigiu o endurecimento das medidas de isolamento social. “Temos um ponto de atenção em março e em abril. Tivemos um volume de restrição muito grande no final de março e no início de abril. Esses movimentos terão reflexos que não são bons”, comentou.

Milan disse, no entanto, que, a médio e longo prazo, as perspectivas do setor são positivas. Ele explicou que, apesar de ter voltado com valores menores, o auxílio emergencial deve contribuir com a venda de alimentos a partir de abril. E lembrou que o isolamento social imposto pela pandemia da covid-19 eleva o consumo de alimentos no domicílio, o que favorece os supermercados.

Em casa

“No primeiro auxílio emergencial, mais de 60% do que a população recebeu foram destinados à alimentação. Então, se esse número continuar — e a gente acredita que vai continuar —, grande parte disso vai continuar na alimentação. Se estamos falando de R$ 44 bilhões de auxílio, ainda é um valor considerável que o consumidor vai destinar ao consumo nos mercados”, afirmou o vice-presidente da Abras. “E, em casa, o consumidor consome mais”, acrescentou.

O Índice Nacional de Consumo (INC) da Abras, por sinal, mostra que, apesar do recuo observado em relação a janeiro, as vendas dos hiper e supermercados brasileiros cresceram 5,18% em fevereiro, na comparação com fevereiro de 2020, quando o país ainda não havia sido atingido pela pandemia da covid-19.

No primeiro bimestre deste ano, portanto, o setor apresenta um crescimento real de 7,57%. Logo, a Abras projeta um crescimento de 4,5% do setor em 2021, bem acima das projeções de crescimento de 3% da economia brasileira. “O crescimento continua”, assegurou Milan.

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