Sem reserva para 2ª dose, saiba o que pode acontecer se vacina atrasar

Governo federal decidiu que todas as doses disponíveis devem ser aplicadas para acelerar a vacinação e ajudar no controle da pandemia

 

Durante o último final de semana, o Ministério da Saúde reviu as diretrizes de vacinação e pediu que estados e municípios apliquem todas as doses de vacina disponíveis, sem guardar imunizantes para a segunda aplicação. A ideia do governo é acelerar a vacinação, abrangendo uma quantidade maior de brasileiros dos grupos de risco com maior velocidade.

Segundo o governo, com a previsão de entregas semanais da Fiocruz (vacina de Oxford/AstraZeneca) e do Butantan (Coronavac), a segunda dose estaria garantida, sendo disponibilizada “em tempo oportuno” para a aplicação dentro do intervalo máximo de quatro semanas. De acordo com o Ministério da Saúde, a mudança na diretriz de vacinação foi estudada por duas semanas antes de ser autorizada e o Plano Nacional de Vacinação será revisado semanalmente para garantir as entregas

Outros países, como o Reino Unido e os Estados Unidos, já apostaram na estratégia de atrasar a segunda dose e vacinar o máximo da população em um primeiro momento para controlar a taxa de transmissão e diminuir a quantidade de casos graves, desafogando o sistema de saúde.

De acordo com os estudos clínicos, a Coronavac deve ser reaplicada em um intervalo entre 14 e 28 dias, e a segunda dose da vacina de Oxford/AstraZeneca pode ser administrada em até três meses. Caso a previsão do governo não se conclua e o reforço seja atrasado, existe a principal preocupação em relação a eficácia de apenas uma dose.

O infectologista José Davi Urbaez, diretor científico da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, afirma que com apenas uma dose, a população não estará imunizada. “É necessário que uma segunda dose seja aplicada para reforçar a resposta imunológica. O ideal é, sem dúvida alguma, reservar as vacinas para não haver dúvida sobre o fornecimento da dose subsequente“, explica.

Porém, para ele, no cenário que o Brasil se encontra, de transmissão alta e epidemia intensa, a resposta vacinal mais rápida faz sentido. “Com a chegada de novos carregamentos de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para o Butantan e a Fiocruz, acredito que podemos lançar mão deste instrumento e aumentar o número de vacinados. Nesse momento, me parece que há uma margem de segurança”, afirma.

Para a população, Urbaez repete que, independente de ter recebido a vacina ou não, os cuidados básicos de uso de máscara, distanciamento social e limpeza das mãos devem continuar. “As vacinas atuais são muito boas, mas não sabemos se garantem uma imunização total. A certeza que temos é de que elas evitam os quadros graves e mortes, o que é muita coisa”, pondera.

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