EUA detectam avaria em satélite brasileiro lançado no fim de semana

Sinais irregulares emitidos do equipamento podem indicar que ele esteja fora de controle no espaço. Ministério da Ciência e Tecnologia nega problemas

 

O Sistema de Monitoramento de Comunicações dos Estados Unidos (Satcom) informou que foram detectadas ondas de frequência irregulares no sinal do satélite brasileiro Amazônia-1, lançado ao espaço no último domingo (28/2) pela Índia. O projeto tem como foco monitorar o desmatamento na Amazônia e custou R$ 480 milhões.

O lançamento ocorreu no Centro de Lançamento Sriharikota, na Índia. Ele foi enviado para fora do planeta junto com os satélites do Sindhu Netra, da India, Nanoconnect-2 e SpaceBee (12), ambos dos Estados Unidos. De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, a operação ocorreu com sucesso. O mesmo informou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e autoridades da Índia.

No entanto, um dos satélites norte-americanos detectou variações importantes na banda S do satélite, que transmite na frequência UHF. Essas irregularidades podem apontar que o satélite está descontrolado no espaço, e até mesmo com risco de cair na Terra. “Amazônia-1 passa na Banda S. Parece estar caindo … Talvez não seja tão bom para Banda-X”, postou o Satcom no Twitter.

Satélites italianos também detectaram as mesmas ondas irregulares. Procurado, o Ministério da Ciência e Tecnologia afirmou que o Inpe informou que o satélite opera normalmente, e negou que esteja fora de controle.

Em 17 minutos, o Amazônia-1 abriu seu painel solar, fez a verificação dos sistemas e se orientou em relação à Terra. Agora pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) testam todos os sistemas.

Imagens de alta resolução

Com 4 metros de comprimento e pesando 640 kg, o satélite vai fica, em condições normais, a 752 quilômetros acima da superfície da Terra e foi construído em São José dos Campos, em São Paulo, totalmente por brasileiros.

O projeto custou R$ 380 milhões. A missão é capturar imagens de alta resolução. Ele vai enviar dados para três estações no Brasil, em Cuiabá (MT), em Alcântara (MA) e em Cachoeira Paulista (SP).

O projeto começou há oito anos e o lançamento quase não ocorreu por falta de verba, já que as bolsas de 107 pesquisadores do Inpe foram cortadas. A Agência Espacial Brasileira (AEB) precisou destinar recursos para manter os cientistas no projeto. A Índia recebeu R$ 140 milhões para realizar o lançamento.

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