“Vacinômetro”: só dois estados têm dados sobre quantas pessoas foram imunizadas até agora

O Ministério da Saúde informou que “haverá um painel on-line” com o número de vacinados em tempo real – ainda sem data de início

 

 

Na contramão do governo federal e de 25 unidades federativas, São Paulo e Bahia decidiram criar painéis interativos com dados atualizados de vacinados contra a Covid-19 no país. A plataforma de SP foi batizada de “Vacinômetro“, enquanto o levantamento feito pela Secretaria de Saúde de Salvador, capital baiana, foi chamado de “Indicador de imunização“. Até às 20h de terça-feira (19/1), segundo dia de vacinação, os dois termômetros somavam pouco mais de 9,7 mil brasileiros imunizados.

O Ministério da Saúde informou que “haverá um painel on-line com dados sobre a vacinação contra a Covid-19, acessível a todos”. No entanto, a pasta não definiu uma data concreta para que isso ocorra. “A previsão é [de] que esteja disponível ainda nesta semana, para que estados, DF e municípios abasteçam com o quantitativo de doses aplicadas”, disse o órgão.

Criticado pela falta de transparência, após afirmar que a vacinação no Brasil começaria no “dia D e na hora H”, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, agora sofre novos ataques pelos problemas na logística da entrega dos imunizantes. A previsão era de que as doses fossem enviadas aos estados ainda na segunda-feira (18/1). Contudo, algumas unidades federativas só foram recebê-las nessa terça.

Esse foi o caso dos estados da Bahia, Pará, Alagoas, Sergipe e Paraíba, que começaram suas campanhas de vacinação na manhã dessa terça. Como consequência, o painel da capital baiana registrou apenas 1,3 mil imunizados, contra 8,4 mil em SP – que começou a vacinar no último domingo (17/1).

Na Bahia, a primeira pessoa a receber a Coronavac foi a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, que trabalha na linha de frente no combate à Covid-19 no Hospital Couto Maia, em Salvador.

Pazuello tem sido alvo de comentários negativos devido às falhas em relação ao coronavírus, como na compra de vacinas e seringas, e diante da crise em Manaus (AM). Os secretários estaduais temem lacunas no calendário de vacinação, por falta de doses.

O primeiro lote que começou a ser distribuído deve ser suficiente para vacinar, com o protocolo recomendado de duas doses, apenas 2,8 milhões de pessoas, segundo estimativas do próprio Ministério da Saúde. Isso corresponde a 4% dos 68,8 milhões de usuários dos grupos prioritários estabelecidos no Plano Nacional de Imunização (PNI), que foram enxugados neste primeiro momento diante da escassez de vacinas.

Imunização

Marcada na história por ter sido a primeira pessoa a receber a vacina contra a Covid-19 no país, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, foi imunizada em São Paulo, no último domingo (17/1). O ato histórico ocorreu logo após a Anvisa liberar o registro emergencial do imunizante em uma reunião em Brasília.

A atitude do governo de João Doria (PSDB) provocou protestos de Pazuello, pelo que chamou de “jogada de marketing”. A intenção do ministro da Saúde era de que a vacinação tivesse início nesta quarta-feira (20/1), na sede da pasta.

Depois de Mônica, recebeu a imunização no Hospital das Clínicas a indígena Vanuzia Costa Santos, 50 anos, que é técnica em enfermagem e vive na aldeia multiétnica Filhos dessa Terra, em Guarulhos, na Grande SP. Os indígenas aldeados estão no grupo prioritário que receberá a vacinação.

Vacina

O Brasil deu a largada para a vacinação em massa contra o novo coronavírus com a aprovação do uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19: a Coronanavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria no país com o Instituto Butantan; e a Astrazeneca/Oxford, tutelada no Brasil pela Fiocruz.

Com seis milhões de doses da Coronavac, o país inicia a partir de agora a imunização de grupos prioritários, como os trabalhadores da saúde, idosos residentes em instituições de longa permanência e indígenas.

As vacinas contra a Covid-19 ― desenvolvidas em tempo recorde ― ainda são pano de fundo para uma batalha política e ideológica. De um lado, há os que defendem a todo custo a imunização contra o vírus, que já deixou mais de 210 mil mortos. De outro, os que citam possíveis efeitos colaterais graves – ainda não relatados por pacientes – para não fazer uso do imunizante.

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