Pacientes que tiveram covid-19, em geral, ficam imunes por pelo menos oito meses

Afirmação é de pesquisadores australianos que acompanharam pacientes por 238 dias. Estudo indica que vacinas devem ser capazes de proteger por um longo período

 

Uma pesquisa australiana mostrou, pela primeira vez, que pessoas infectadas com o vírus da covid-19 ficam com uma memória imunológica capaz de protegê-las de uma reinfecção por, pelo menos, oito meses.

O estudo, além de esclarecer uma questão que ainda gera muita preocupação, indica que casos de reinfecção a curto prazo são raros e também reforça a crença de que as vacinas desenvolvidas para combater a doença devem ter eficácia de longo prazo.

Como alguns estudos haviam mostrado que a primeira leva de anticorpos produzidos logo após a infecção diminui depois de alguns meses, havia o receio de que a imunidade contra o novo coronavírus durasse pouco. O estudo australiano reduz bastante essa preocupação.

Liderada por Menno van Zelm, professor da Universidade Monash, a pesquisa mostrou que, mesmo com a diminuição dos anticorpos, células específicas do sistema imunológico, as células de memória B, se “lembram” da infecção pelo vírus e, ao serem expostas novamente ao Sars-Cov-2, disparam uma resposta protetiva por meio da rápida produção de anticorpos.

O trabalho foi publicado esta semana na revista especializada Science Immunology e acompanhou 25 pacientes com covid-19 durante 238 dias. Oito meses após a infecção, todos os pacientes continuavam produzindo as células B capazes de reconhecer o vírus.

“Esse resultados são importantes porque mostram, definitivamente, que pacientes infectados com o vírus da covid-19 de fato retêm imunidade contra o vírus e a doença. Essa vinha sendo uma nuvem que pairava sobre a capacidade de proteção que as vacinas poderiam fornecer. Agora, podemos ter forte esperança de que as vacinas vão assegurar proteção de longo prazo”, afirmou Van Zelm em um comunicado à imprensa.

Reinfecção

Casos de reinfecção já foram confirmados em vários lugares, inclusive no Brasil. O estudo, no entanto, mostra que eles não devem ser a regra. No Brasil, dois casos desse tipo foram confirmados. Em ambos, houve um intervalo maior que 90 dias entre primeira e a segunda infecções.

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