Pelo menos 20% da população de três cidades brasileiras já testou positivo para Covid-19

Os municípios com menos de 50 mil habitantes sofreram mais. Entre as cidades com mais de 100 mil pessoas, apenas três ultrapassaram a taxa

 

Não é novidade alguma que os casos de Covid-19 estão em alta do Brasil. Nessa última terça-feira (15/12), o país registrou mais de 70 mil novas confirmações da doença, o recorde desde o início da pandemia. Apesar disso, o avanço do Sars-Cov-2 tem sido diferente em cada um dos 5.570 municípios brasileiros.

Em números absolutos, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, foram, nesta ordem, os que mais sofreram com a doença. No entanto, de acordo com os números analisados, com base no último balanço do Ministério da Saúde, elas não fazem parte do grupo das 54 cidades com mais de 10% da população já infectada.

Os municípios com menos de 50 mil habitantes sofreram mais. É o caso de Porteirão, no interior de Goiás. Por lá, 22,8% dos 3.881 moradores já tiveram Covid-19, a maior proporção de infectados por cidade. Na lista, Japurá, no Amapá, fica em segundo lugar, com 21,4% da população de 2.755 pessoas com laudo positivo. Para fechar o pódio, Jacareacanga, no Pará. O vírus circulou por 21% dos 8.239 habitantes.

Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, apenas três ultrapassaram o índice de 10% de infectados: Boa Vista (RR), Parauapebas (PA) e Santana (AP). A primeira, inclusive, é a única capital da lista, com 12,5% dos moradores já contaminados.

 

Covid-19 pelo Brasil

É oficial: o covid-19 chegou em todos os cantos do Brasil. Até o começo de dezembro, Cedro do Abaeté era a única cidade no país que não havia registrado casos de Covid-19. O município, no centro-oeste de Minas Gerais, registrou, nessa semana, quatro doentes confirmados.

Em relação aos óbitos, 11,9% das cidades não perderam moradores para a Covid-19. Em números, são apenas 664 municípios sem mortes.

As últimas quatro semanas epidemiológicas completas terminaram com mais casos de Covid-19 notificados em cidades com menos de 200 mil habitantes do que nos municípios mais populosos. O fenômeno é registrado pela primeira vez desde o início da pandemia.

Em entrevista o epidemiologista Mauro Sanchez, da sala de situação da Universidade de Brasília (UnB), disse acreditar que a única explicação para essa diferença seria uma menor adesão dos habitantes de cidades menores às medidas que restringem a circulação do coronavírus.

“As medidas efetivas que temos hoje, distanciamento social, máscara, já estão bem difundidas nos grandes centros urbanos. A epidemia se interiorizou, indo para os municípios menores. O que eu especulo é que esses lugares menores talvez tenham menos capacidade de as populações aderirem a essas medidas, que já viraram rotina nesses grandes centros”, sintetizou.

 

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