Educação: 32 mil alunos migram para escolas públicas

Estimativa da Secretaria de Educação é que 20% do contingente de estudantes do DF se transfira do ensino privado

Educação estima aumento nas transferências em 20% do total de estudantes

 

A expectativa da Secretária de Educação do Distrito Federal é de que 32 mil alunos se matriculem na rede pública de ensino do Distrito Federal – entre o final de novembro e início de dezembro, período estimado para cadastramento dos interessados.

Segundo o secretário executivo da pasta, Fábio Sousa, o número é uma análise prévia da secretaria com base no número de pedidos recebidos durante o ano. Para a Secretaria, a crise econômica devido a pandemia do novo coronavírus levaram ao aumento da demanda pelo serviço público, além do fechamento de escolas privadas na capital durante o isolamento.

“Devido a crise econômica que assola todo o mundo e o fechamento de escolas particulares menores, 20% do contingente de estudantes podem ser transferidos para as escolas públicas do DF”, disse Fábio Sousa.

Dentre as 683 unidades de ensino ativas no Distrito Federal, o maior contingente de novos estudantes será no Gama, Samambaia, São Sebastião e Paranoá. As informações da Secretaria de Educação estimam o aumento nas transferências em 20% do total de estudantes já cadastrados – ou transferidos de escolas privadas, ou vindos de outras regiões do país.

“O Plano Piloto não teve o aumento na demanda porque nenhuma escola privada da região fechou, são escolas maiores. Os alunos também moram lá, dificilmente se deslocam para outras localidades”, explicou o secretário executivo da pasta.

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (SINEPE-DF), Álvaro Domingues, avalia que o número de cancelamentos nas escolas conveniadas se aproxima da estimativa do secretário executivo da Educação. “Resta saber se esses cancelamentos representam novas matrículas na rede pública”, comentou em entrevista ao JBr.

Álvaro disse que a evasão de estudantes é maior nas primeiras séries da alfabetização. “São 36 mil estudantes atendidos em todas as regiões do DF. Em torno de 40% [14,4 mil] cancelaram a matrícula no ensino infantil”, disse o presidente da SINEPE-DF.

Dentre os alunos do 1º ao 9º ano, foram cerca de 12 mil cancelamentos nas escolas privadas sindicalizadas. O ensino médio tem 28 mil cancelamentos, sobe para 32 mil ao contar o Ensino de Jovens e Adultos.

Para o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Escolas Públicas no Distrito Federal (SEA-DF), Denivaldo Alves, não há estruturas para receber os novos alunos. “A fila de espera para matrícula deixava famílias sem acesso à educação antes da pandemia, imagine agora”, comentou o sindicalista.

Segundo o SEA-DF, há uma dificuldade em encaixar os alunos nas escolas. “Temos alunos fora da escola pela falta de condição para matricula-los na rede particular”, disse o secretário geral.

De acordo com o desembargador João Egmont, do TJDFT, a suspensão da volta às aulas presenciais na rede pública, em até 20 dias segundo a decisão protocolada na última 3ª feira (27), tem base na diferença dos trabalhos realizados na rede pública e na privada.

O GDF recorreu alegando que “os equipamentos necessários ao controle e prevenção da disseminação na comunidade estudantil ainda estão em fase de aquisição”.

“Tentamos até onde deu”

Para a ex-diretora da escola Alelos, Giovannia Venturelli, o fechamento da escola em que trabalhava está intrinsecamente ligada à pandemia. “Tentamos até onde foi possível. Mas a situação econômica não permitia continuar com o pagamento de todo o quadro de professores, além de realizar as manutenções necessárias na escola”, disse a educadora.

Sediada em Taguatinga Centro, a escola manteve as portas abertas com aulas à distância até junho de 2020 – quando o número de mortes pela covid-19 atingia os maiores níveis da pandemia.

“Naquela época já tinha pais pensando em mudar para a rede pública”, disse Giovannia. Para o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (SINEPE-DF), Álvaro Domingues, é uma tendência atípica. “Dez em dez pais optam por deixarem seus filhos no ensino privado”, disse Álvaro.

O secretário executivo da Educação no Distrito Federal, Fábio Sousa, disse que a licitação realizada pela Novacap para a construção de 582 novas salas de aula no Distrito Federal já teve a empresa definida. Após fechamento de contrato e assinatura, as obras devem iniciar até o final do ano.

O cronograma previsto para o ano letivo de 2020 aponta o término das aulas na rede pública para o dia 28 de janeiro de 2021. As aulas reiniciam no dia 8 de março do próximo ano. Isso se tudo ocorrer bem e o quadro da pandemia melhorar na capital.

 

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