“Cenário preocupante”, avalia líder de força-tarefa do TSE contra fake news

Thiago Rondon chefia força-tarefa responsável pelo combate e apuração de denúncias de disseminação de notícias falsas nas eleições de 2020

 

Faltando apenas 15 dias do primeiro turno das eleições municipais de 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trava uma verdadeira batalha virtual contra as fake news e a “chuva de desinformação” que se intensificam ao fim do processo eleitoral. Neste ano, o órgão anunciou força-tarefa inédita formada por especialistas nas áreas jurídica, de tecnologia e de comunicação.

O combate, diário, à disseminação de notícias falsas é chefiada por Thiago Rondon. Fundador do Instituto Tecnologia & Equidade, Rondon foi convidado pelo ministro Luís Roberto Barroso para ser o coordenador digital de combate à desinformação do TSE.

Com ampla experiência no ramo da tecnologia, Rondon já desenvolveu aplicativos voltados para o financiamento de campanhas eleitorais e monitoramento de gastos públicos. O programador também atua como diretor executivo do AppCívico – plataforma de tecnologia cívica voltada para uso político, empresarial e governamental.

À frente da força-tarefa no TSE, o programador afirma que o desafio, atual, é garantir que o eleitor não seja induzido ao erro na hora da votação. “Nosso trabalho consiste em combater, com uma chuva de informações, a chuva de desinformação que ronda as eleições. Estamos trabalhando para difundir informações esclarecedoras, para que o eleitor nãos seja induzido ao erro pelas desinformações.”

Cenário preocupante

O coordenador externou “muita preocupação” com o atual cenário. “A desinformação sempre existiu, mas está sendo acelerada pelos novos meios e, principalmente, pela tecnologia. Acredito que as instituições públicas, as grandes plataformas e a sociedade civil como um todo têm papel de levar informações cada vez mais esclarecedoras”, explica.

Para Rondon, o ambiente de polarização que ronda os últimos processos eleitorais do país é “fértil para desinformação”. “Precisamos trabalhar em diversas frentes, chegamos no momento mais crítico das eleições, que é o das duas últimas semanas. Estamos preparados e contando com a colaboração de todos nesse sentido.”

Além de servidores, a força-tarefa conta com apoio maciço de instituições públicas, agências de checagem, autoridades e das próprias plataformas e redes sociais. “Com relação à Justiça eleitoral, destacamos a agilidade na qual vem atuando o Ministério Público Eleitoral.”

Entre os maiores desafios deste processo eleitoral, segundo o coordenador, está a dificuldade em contornar os disparos em massa realizados por candidatos através do aplicativo de troca de mensagens, WhatsApp. “Há, inclusive, um canal nosso, em parceria com a plataforma, para denúncia de disparos em massa, como informações e imagens com dados do candidato, que não foram solicitadas”, acrescenta.

Nesta sexta-feira (30/10), Thiago Rondon participa de painel on-line e gratuito sobre os limites do discurso de ódio nas redes sociais. O evento contará com a presença do ministro Luís Roberto Barroso, além de agências de checagem e veículos de imprensa. Os interessados poderão se inscrever através deste link.

Mais de 37 mil denúncias

Em outra ação, o TSE lançou o aplicativo Pardal. A plataforma permite que os eleitores denunciem propagandas eleitorais irregulares. “Juntando todos, temos quase 60 organizações que estão atuando de maneira cooperativa e colaborativa nesse combate”, finalizou Rondon.

Até essa quinta-feira (29/10), o Tribunal Superior Eleitoral já havia recebido 37.673 denúncias de crimes eleitorais através do aplicativo Pardal. É possível realizar o acompanhamento das denúncias em tempo real no site do TSE.

Os números mostram que todas as acusações são de irregularidades cometidas por meio de propaganda eleitoral. As cidades que lideram esse ranking não são as maiores, onde está a imensa maioria dos votantes. É no interior que as denúncias de fake news estão quentes nesta largada.

Nas redes sociais e nas lojas de aplicativo onde é possível baixar o Pardal para sistemas Android ou iOS há internautas reclamando de falhas no sistema e dificuldades para postar denúncias. É preciso se identificar e fornecer endereço de e-mail. Os dados pessoais são protegidos conforme a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

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