São Paulo vira laboratório eleitoral de 2022

A eleição paulistana passou a ser acompanhada com lupa por todos os partidos por causa de fenômenos que prometem se repetir em 2022. Além da disputa pelo fim da hegemonia do PT no segmento à esquerda, há o racha no bolsonarismo e o afastamento de aliados do presidente Jair Bolsonaro — divisão que atinge, inclusive, as igrejas evangélicas, distribuídas entre vários partidos.

No caso das esquerdas, os ataques de Guilherme Boulos (PSol) a Márcio França (PSB) foram considerados, por muitos políticos, como uma tentativa do PSol de tentar desgastar um adversário perigoso hoje e no futuro e, de quebra, tirar o PT de cena. Afinal, o PSB é, hoje, um dos partidos à esquerda com trânsito no centro e aberto a candidaturas alternativas num amplo espectro rumo a 2022. Okay, que lá na frente, a construção está totalmente em aberto, mas, no caso de São Paulo, os exercícios de manobras nacionais estão em curso. Por isso, lá, é olho vivo.

Ruim para todos

A soltura do traficante André do Rap coloca governo, Congresso e Supremo Tribunal Federal em mais uma rota de desgaste. O Parlamento aprovou a lei, o presidente Jair Bolsonaro não vetou, o STF aplicou e, agora, o bandido está solto.

Por falar em candidatura…

Quem acompanha a disputa pela Comissão Mista de Orçamento garante que esse imbróglio não tem solução no curto prazo. Está cada vez mais intrincada a relação entre o bloco de Arthur Lira (PP-AL), que lançou Flávia Arruda (PL-DF), e o mais ligado ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem Elmar Nascimento (DEM-BA) como candidato.

… vai ser no drive-thru

A tendência é decidir no voto. E essa eleição é secreta, no painel de votação, idêntica à escolha de autoridades. Em tempos de pandemia, a tendência é repetir o sistema adotado para escolha de embaixadores, há alguns dias, no Senado. A diferença é que tem que ter votação entre os deputados e os senadores que compõem a comissão.

O prejuízo da festinha/ Em tempos da covid-19, fazer campanha não está fácil. Em Fortaleza, por exemplo, bastou a festa de aniversário de Carol Bezerra, mulher do prefeito Roberto Cláudio, para que o pedetista José Sarto testasse positivo logo depois, o que levou a paralisar a campanha. Todos os presentes ao convescote estão em quarentena.

O prejuízo da festinha II/ O medo do vírus é tal que os eleitores também querem distância de quem testou positivo. Resultado: campanha da situação, em Fortaleza, só na reta final.

Clube fechado/ Cada vez mais próximo do presidente Jair Bolsonaro, o Centrão começa a sentir um certo incômodo com o fato de não ter nenhum “ministro da Casa”, ou seja, com gabinete no Planalto. O presidente Jair Bolsonaro, porém, não vai mudar essa situação agora, uma vez que a vaga da Secretaria-Geral da Presidência da República, no lugar de Jorge Oliveira, já está reservada para o almirante Flávio Rocha (foto).

Atendi, talkey?/ O almirante é anfitrião de jantares com bancadas de deputados e senadores. Dia desses, reuniu a bancada de Minas Gerais em sua casa, em torno de vários ministros. E, de quebra, há quem diga que o presidente, ao nomear o almirante, atende ao desejo daqueles que já fizeram chegar ao chefe do Executivo a mensagem: “Chega de general”.

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