General Heleno diz que números sobre desmatamento são fabricados

De acordo com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, ONGs, países e personalidades tentam derrubar o presidente Bolsonaro

 

Em audiência pública no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta segunda-feira (21), o general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), afirmou que números são manipulados e fabricados para prejudicar o governo Bolsonaro e vender o país como “vilão do desmatamento”.

O evento foi marcado para discutir a retomada do fundo nacional sobre mudança climática, o Fundo Clima.

De acordo com general Heleno, que restringiu sua análise à região amazônica, a estrutura e extensão da Amazônia Legal tornam qualquer ação dos órgãos públicos difícil e “muito dispendiosa”. “Nela cabem todos os países da União Europeia. Os orçamentos públicos estão muito aquém das necessidades há décadas”, disse Heleno.

Mas a situação é trágica há anos, diz o ministro, e só a administração do presidente Jair Bolsonaro resolveu enfrentá-la. “O governo atual tem um ano e nove meses de mandato, e às vezes é tratado por muita gente como se estivesse no segundo ou terceiro mandato”, reclamou.

“O que entristece aqueles que trabalham para solucionar os problemas é que brasileiros natos se aliaram a estrangeiros que jamais pisaram na Amazônia, às Ongs, que têm por trás potências estrangeiras, para nos apresentarem ao mundo como vilões do desmatamento e do aquecimento do planeta. Pior: usam argumentos falsos, números fabricados e manipulados e acusações infundadas para prejudicar o Brasil. É preciso deixar claro que a Amazônia brasileira nos pertence.”

E foi além: “Não podemos admitir e incentivar que nações, entidades e personalidades estrangeiras sem passado que lhes dê autoridade moral para nos criticar tenham sucesso no seu objeitvo principal, evidente para os não inocentes, que é prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro.”

Para o ministro, a tentativa de desqualificar as ações ambientais da atual gestão são estimuladas por representantes de governos anteriores, que não aceitam ver Bolsonaro como presidente.

“Alguns poucos brasileiros, que não admitiram a alternânica de poder e querem retomar a catastrófica obra que tocaram por três décadas não conseguem omitir seus pensamentos obtusos”, declarou.

Heleno afirmou que o Brasil é o país que mais preserva florestas primárias no mundo e que governo sabe o que precisa ser feito. Um dos alvos, explica, é a busca aos responsáveis pelo crime organizado florestal, que levam madeira e bens de forma ilegal da Amazônia.

Também presente no evento, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que há uma “sucessão de narrativas” que tentam mostrar uma suposta falta de ação da atual gestão.

Ele afirmou que o governo atual recebeu órgãos ambientais com problemas de caixa e com dificuldades operacionais.

O ministro afirmou que o Fundo Clima terá R$ 581 milhões em 2021, o maior valor já destinado à inicativa, e só foi enviado agora porque esperou-se a aprovação do marco legal do saneamento, apontado por Salles como um dos mais graves problemas ambientais urbanos do país.

Reforçando o discurso do general Heleno, Salles afirmou que há uma “guerra comercial que tenta imputar à nossa agricultura e ao Brasil responsabilidades que são notadamente dos países industrializados, que seguem queimando combustível fóssil.”

“Até o próprio carro elétrico que roda na Europa é abastecido por energia gerada nas termelétricas. Não adianta o carro ser elétrico, se a fonte é termelétrica. Gás e carvão”, disse.

‘Não podemos confiar na chuva’

Antes de seu duro discurso, a fala foi do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fez críticas à atuação do governo federal na área ambiental.

“A preservação do meio ambiente é um dever previsto na Constituição”, disse Maia, que se recupera de covid-19 em sua residência oficial.

O presidente da Câmara contou que o Fundo Clima contava com uma média de R$ 359 milhões ao ano. Em 2019 os recursos destinados ao fundo ficaram em 239 milhões, 67% da média. Em 2020, ficou na média, mas, na prática, a execução efetiva dos recursos ficou próxima de zero. Quase no fim do ano houve um crédito de R$ 159 milhões remetido ao Congresso, mas chegou tarde e não pôde ser usado.

Maia lembrou aumento em média de 30% no desmatamento em 2019, a situação do Pantanal e principalmente da Amazônia, com 65 mil “Não podemos confiar na chuva ou na umidade das florestas. Precisamos confiar na política, nas mulheres  e homens responsáveis por formulá-las e implementá-las..”

“Num país que pode expandir as fronteiras agropecuárias sem derrubar uma árvore sequer, não se pode admitir o desmatamento”, disse. “Os efeitos ao agroengócio serão deletérios, afetando nossa credibilidade e competitividade.”

Na abertura do evento, o ministro Luis Roberto Barroso afirmou que a intenção da discussão não era apontar culpados ou ser contra esta ou aquela pessoa, mas propor o debate.

“Não é uma audiência pública nem contra nem a favor de ninguém. Mas sim tem a intenção de entender a realidade fática e foi feita para podermos ouvir, de maneira plural, o governo, os ambientalistas, os acadêmicos e os empresários. É uma audiência a favor do Brasil e em nenhuma hipótese, contra ninguém.”

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