Câncer de mama: os homens também precisam ficar atentos

Raro nos homens, o câncer mamário masculino possui uma taxa de mortalidade de 25% e um alto índice de cura

“Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos”. Definido dessa maneira pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), os seus tipos são determinados a partir desse crescimento celular desenfreado. Sendo assim, quando isso ocorre no tecido mamário, é chamado de câncer de mama. Mais comum nas mulheres, também acomete os homens, sendo mais raro. De acordo com a American Cancer Society, as estatísticas apontam que a doença atinge os homens cerca de cem vezes menos.

Dessa maneira, o câncer de mama masculino representa 1% dos casos, afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais (SBM-MG), Annamaria Massahud. Ainda assim, embora pouco comum, se comparado as estatísticas da incidência em pessoas do sexo feminino, “a taxa de mortalidade é de 25%. Ela depende do estágio no qual se encontra o câncer e do subtipo”. Diante disso, algumas diferenças físicas e hormonais – a produção de estrogênio e o volume das mamas – entre os sexos contribuem para uma menor ocorrência entre eles.


Por terem uma mama menor, a incidência de câncer de mama nos homens também é menor, observa a presidente da SBM-MG (Foto: Divulgação/ Annamaria Massahud)


Segundo a presidente, o tumor mamário é mais frequente nas mulheres, pois produzem mais estrogênio (hormônio feminino) do que os homens. “A mama feminina sofre ação hormonal de maneira cíclica desde os primeiros ciclos menstruais, principalmente do estrogênio. E a maioria dos canceres de mama que existem são sensíveis a esse hormônio”, aponta. Além disso, o tamanho dos seios também é levado em conta. “A mama feminina tem mais volume. Já a masculina é mais atrofiada, com pouca glândula mamária, tem pouco lugar para aparecer câncer”.

Fatores de risco do câncer de mama masculino

Os fatores de riscos que aumentam a probabilidade do tumor de mama masculino são vários, mas tomar radiação no tórax e nascer com uma mutação no gene BRCA são os principais. Para além deles: doenças hepáticas, ingestão de bebida alcoólica, obesidade, exposição a pesticidas e doenças nos testículos são alguns outros motivos.

Ademais, a síndrome de Klinefelter também é um fator de risco. Isso porque os indivíduos do sexo masculino nascem com um cromossomo a mais, e a invés de serem XY, são XXY. Então, principalmente, quando ocorre um desenvolvimento anormal, um aumento da mama (ginecomastia), eles passam a ter um risco aumentado. Nesses casos, recomenda-se a “retirada dessa ginecomastia”, mesmo sem a detecção de câncer.

Sinais e sintomas

Ainda conforme informações repassadas pela dra. Annamaria Massahud, existem características indicativas desse tipo de câncer. Posto isto, o autoconhecimento é essencial para que alterações sejam percebidas, uma vez que são mais visíveis e palpáveis nos homens do que nas mulheres. É preciso salientar que raramente essa doença acomete os dois seios ao mesmo tempo. Abaixo estão listados alguns desses sinais e sintomas:

  • Alteração na pele: mais ondulada, mais grossa ou mais enrugada;
  • Retração da pele ou do mamilo;
  • Alteração no mamilo: vermelhidão, secreção;
  • Nódulo ou caroço no peito, atrás do mamilo ou logo abaixo da auréola, que não causa dor.

A faixa etária mais acometida pelo câncer de mama masculino são os idosos acima dos 60-65 anos, sendo mais raro o diagnóstico em homens mais jovens.

Diagnóstico do câncer de mama nos homens

A partir do momento no qual alguns dos sinais e sintomas forem identificados, “não deixar de lado, achando que aquilo não tem importância”, enfatizou a dra. Annamaria. E prosseguiu: “sobretudo se for um homem advindo de uma família na qual muitas pessoas têm câncer ou na qual mulheres obtiveram o diagnóstico de tumor mamário”. Ela recomenda que esse indivíduo procure um mastologista. Ainda que não seja observada ou palpada alguma modificação nos peitos, uma íngua na axila, por exemplo.


A mamografia é utilizada para confirmar um possível diagnóstico (Foto: Reprodução/DAMAS, 2010)


Logo depois, a presidente da SBM-MG, deixou claro que “muitas vezes para descartar ou não o câncer, são feitos exames de imagem, dentre eles a mamografia”. E ainda, são realizados exames de sangue e de outras partes do corpo, “para inspecionar se está tudo bem de um modo geral”. Por conseguinte, caso o homem esteja com a doença mamária, a depender do estágio, o tratamento é feito com a quimioterapia e/ou com cirurgia. Assim, em conformidade com o estágio e do subtipo, a chance de cura é de 99%.

Prevenção

Para se prevenir é imprescindível “os cuidados consigo mesmo: cuidar da saúde, melhoramento da qualidade de vida”. Assim, evitar bebida alcoólica, a redução de peso para os obesos e fazer atividade física auxiliam na prevenção da doença. Lembrando que o exercício físico é importante não só para reduzir o risco de câncer de mama, como também para o aparelho cardiovascular e para a estrutura óssea.

Por: Lourice Rocha

(Foto destaque: O tumor mamário em homens é raro. Reprodução/ O popular)

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