Empresários ameaçam juiz e autores de ação popular que impediu reabertura

Circulam nas redes sociais vídeos com ameaças ao juiz que concedeu liminar suspendendo reabertura de segmentos do comércio e escolas no DF e também contra autores da ação popular que deu início ao processo

 

 

Circulam nas redes sociais vídeos com ameaças ao juiz que concedeu liminar suspendendo reabertura de segmentos do comércio e escolas no DF e também contra autores da ação popular que deu início ao processo. O militante do PSol Marivaldo Pereira foi um dos ameaçados e prestou queixa na noite desta quinta-feira (9/7).
Em vídeos divulgados no Instagram, o empresário Felipe Carvalho, que tem uma marca de suplementos, chama Marivaldo Pereira, um dos signatários da ação popular, de “estrume” e convoca seus seguidores a agredi-lo. “Só entrar no perfil desse retardado mental que você ver que ele não gosta de cuidar nem dos próprios dentes e quer vir falar de saúde. Estamos cansados de ouvir essa palhaçada. Isso aqui está parecendo um circo”, diz no vídeo.
“Pode meter processo, não ligo não, você vai matar mais que o vírus, você está sendo assassino. Eu acho que quem devia ter medo de mim era você. Você não ganha mais do que eu. Tenho 21 anos e ganho mais que você. Eu peço a Deus que um dia eu te encontre na rua”, continua.
Marivaldo Pereira informou que prestou queixa na noite desta quinta-feira (9/7). O militante diz ainda tentou falar com o dono da academia, mas não conseguiu. “Tinha um monte de gente de academia me atacando nas minhas redes. Ainda tentei dialogar, mas ele excluiu os posts e reiterou as ameaças, me chamando de estrume. Espero que ele reflita sobre essa conduta e mude essa opinião. Quem quiser eu estou disposto a debater”, disse.
Ainda reiterou a defesa pelo fechamento das academias e restaurantes neste momento da pandemia. “Eu sigo firme. São pessoas que não entendem que a abertura  precoce não é ruim só para a saúde. Ele deixa bem claro que é indiferente ao número de mortes. Coloca o lucro na frente das pessoas. Mas é um raciocínio burro. Se abrir agora, vai obrigar o GDF a fazer lockdown, como foi na Itália e na Espanha. Inclusive é pior para o negócio dele”, argumentou.
Segundo ele, em 20 anos de vida pública isso nunca havia acontecido. “É a primeira vez que uma pessoa convoca como se fosse uma gangue para me atacar virtualmente e inclusive presencialmente. Quero agradecer o amplo apoio que recebi nas redes sociais, principalmente do movimento negro”, destacou.

Ameaça a juiz

Em outra gravação, Gustavo Labareda, dono de academia, diz que meteria a “porrada” em um juiz que tiver sido responsável pela determinação de fechar novamente esses estabelecimentos e que é “revoltante” o que está acontecendo com a classe dele e dos donos de restaurantes, que tiveram que fazer investimentos para poder reabrir e, logo depois, tiveram que fechar.
“As pessoas gastam o que não têm, para dois dias depois fechar novamente. Estão brincando com os seres humanos. Se agora passa um responsável por isso, um juiz b* desse, que não foi gerado, foi cagado, que votaram para proibir a abertura, se passar aqui eu meto a porrada”, afirma.
O empresário faz várias reclamações, usando palavrões e dizendo que tem contas que não está conseguindo pagar. “Você vai dar desconto no IPTU, se eu não pagar minha conta de luz”, questiona.
Entramos em contato com os dois empresários citados, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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