Qual a taxa de mortalidade do coronavírus? Saiba por que não temos resposta

Cientistas do mundo inteiro tentam desvendar qual o percentual da população que corre o risco de perder a vida, mas o cálculo é complexo

 

Responsável por mais de 450 mil mortes ao redor do mundo, o coronavírus continua sendo uma grande incógnita para cientistas e governantes. Sem saber o que esperar da Covid-19 por ser uma patologia inédita, pesquisadores estão tentando unir dados de vários países para calcular a taxa de mortalidade da doença — ainda não é possível saber qual é a real porcentagem de óbitos na população causada pela enfermidade.

A informação é importante para garantir que os governos se preparem de acordo com a gravidade da doença, pois se subestimada, a Covid-19 pode levar a mais mortes por falta de medidas adequadas e se superestimada, pode causar um gasto econômico maior do que o necessário em meio à crise.

“A taxa de mortalidade é um dos números importantes, junto à porcentagem da população imunizada, e tem implicações na escala da epidemia e no quão seriamente devemos encarar uma nova doença”, diz Robert Verity, epidemiologista do Imperial College, de Londres, em entrevista à revista Nature.

O fato de a pandemia ainda estar em andamento em várias partes do planeta e as características populacionais dos países serem tão diversas são complicadores. Além do mais, a letalidade do coronavírus varia de acordo com o grupo etário, comorbidades e condições de acesso a serviço de saúde dos infectados. O número ainda deve mudar com a descoberta de medicamentos e de protocolos clínicos que diminuam a chance de o paciente morrer.

No Brasil, sem sabermos ao certo o número real de pessoas infectadas e, até mesmo, o de óbitos, o assunto é um grande mistério. “Tendo em vista que a taxa de letalidade é definida pelo cálculo do número de mortes de uma determinada doença dividido pelo número de casos confirmados da doença no mesmo período, é praticamente impossível afirmar com exatidão a taxa de letalidade no Brasil”, explica Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Em maio, uma publicação feita pelo Imperial College, de Londres, um dos principais centros de pesquisa do mundo, previa taxas de mortalidade para 16 estados brasileiros. O número mais baixo era o do estado de São Paulo (0,7%), enquanto o mais alto era o de Pernambuco (1,2%).

Um estudo semelhante na Espanha chegou a um número de 0,5%. Na Suíça, um levantamento afirmou que a taxa no país é de 0,6% para a população total e de 5,6% para as pessoas com mais de 65 anos. De acordo com a revista Nature, uma das publicações científicas mais importantes do mundo, enquanto esperam os resultados de estudos feitos nos locais onde a epidemia se desenvolveu, pesquisadores estão lidando com a faixa de mortalidade de 0,5% a 1%.

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