Cientistas do mundo inteiro tentam desvendar qual o percentual da população que corre o risco de perder a vida, mas o cálculo é complexo
Responsável por mais de 450 mil mortes ao redor do mundo, o coronavírus continua sendo uma grande incógnita para cientistas e governantes. Sem saber o que esperar da Covid-19 por ser uma patologia inédita, pesquisadores estão tentando unir dados de vários países para calcular a taxa de mortalidade da doença — ainda não é possível saber qual é a real porcentagem de óbitos na população causada pela enfermidade.
A informação é importante para garantir que os governos se preparem de acordo com a gravidade da doença, pois se subestimada, a Covid-19 pode levar a mais mortes por falta de medidas adequadas e se superestimada, pode causar um gasto econômico maior do que o necessário em meio à crise.
“A taxa de mortalidade é um dos números importantes, junto à porcentagem da população imunizada, e tem implicações na escala da epidemia e no quão seriamente devemos encarar uma nova doença”, diz Robert Verity, epidemiologista do Imperial College, de Londres, em entrevista à revista Nature.
O fato de a pandemia ainda estar em andamento em várias partes do planeta e as características populacionais dos países serem tão diversas são complicadores. Além do mais, a letalidade do coronavírus varia de acordo com o grupo etário, comorbidades e condições de acesso a serviço de saúde dos infectados. O número ainda deve mudar com a descoberta de medicamentos e de protocolos clínicos que diminuam a chance de o paciente morrer.