Não há possibilidade de volta às aulas presenciais em 2020 na UnB

Brasília (DF), 29/06/18. Uso de drogas na UnB. Alunos usam maconha dentro da universidade. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A universidade trabalha agora para planejar e dar condições para alunos e professores para a retomada remota, informa a reitora Márcia Abrahão

 

Terminou na sexta-feira (26/6) o prazo para estudantes, professores e servidores técnicos da Universidade de Brasília (UnB) responderem ao questionário social que será usado pela Reitoria para planejar a volta às aulas a distância. A pesquisa mapeia a situação socioeconômica, de saúde e de acesso tecnológico.

Não há data definida para retomada do calendário. Um possível prazo para retorno não presencial será definido com o apoio do Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (CCAR), criado para guiar os passos da universidade durante a pandemia. Apesar de não haver datas definidas, já é certo que as aulas voltarão, primeiramente, em modo remoto.
Em entrevista ao Eu, Estudante, a reitora da UnB, Márcia Abrahão, afirma que não há possibilidade de retorno físico em 2020. “Nós chegamos a um ponto da pandemia em que fica claro que a situação não vai melhorar no curto prazo, a gente não tem perspectiva de volta presencial este ano.” Ela observa que a prioridade agora é salvar vidas. “Três meses de aula você recupera. O que você não recupera é vida perdida”, diz.
A reitoria Márcia Abrahão: a prioridade no momento é salvar vidas(foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
A reitoria Márcia Abrahão: a prioridade no momento é salvar vidas(foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Para além disso, ela chama a atenção para o fato de que, apesar de sem aulas, a universidade não está parada. “A universidade está funcionando remotamente e estamos trabalhando com várias pesquisas para o combate ao coronavírus, que é um grande trabalho para a sociedade”, destaca.

Instituição faz planejamento sem excluir

Além da pesquisa social com a comunidade acadêmica, a graduada, mestre e doutora em geologia informa que há várias outras ações em andamento para planejar a volta às aulas a distância, algo que não acontecerá enquanto não houver garantia de que nenhum aluno ficará para trás, por exemplo, por não ter computador ou internet.
“Estamos nos organizando internamente e, há dois meses, estamos fazendo e fizemos cursos para formação dos nossos professores em educação a distância. Afinal, não é simplesmente desligar um botão e ligar outro e dizer: agora, professor, você vai dar aula remotamente”, pondera a reitora. “Apesar de termos um centro de ensino a distância antigo, muitos professores não têm formação em dar aula não presencial.”
Até o momento, quase 600 docentes da UnB se inscreveram e estão passando por capacitação para se adaptar. Outro passo em andamento é a consulta e o diálogo com as unidades acadêmicas. “Precisávamos discutir com as faculdades e os institutos porque há várias áreas de estudo com suas especificidades. A minha área, a geologia, tem muita prática. Não dá para só jogar a prática fora e dar aula teórica. Então, é preciso discutir o que fazer”, explica a reitora.
Muitos questionam por que a universidade não passou a ter aulas on-line mais rapidamente. Márcia explica que há muita preocupação com a qualidade e com a inclusão. “Para a gente, é impensável voltar sem incluir todos os estudantes, sem dar condições para os professores estarem preparados para dar aula a distância.” Para nortear as ações, a reitora afirma que tudo tem sido feito com democracia e transparência.

MEC estuda ajudar alunos com dificuldade de acesso tecnológico

O Ministério da Educação (MEC) trabalha num acordo com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para contratar empresas de telefonia e fornecer internet para estudantes de instituições federais com até 1,5 salário mínimo per capita. Márcia Abrahão tem grande expectativa para esse fornecimento, importantíssimo para “não deixar ninguém para trás”, como ela frisa.
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