Uma análise: Educação brasileira na UTI sem direito a respirador

País apresenta índice alarmante de analfabetismo funcional e figura entre os últimos colocados no Pisa, enquanto políticos parecem não se importar

 

 

De alguns anos para cá, não é preciso pesquisar a fundo para saber que a interpretação de texto no Brasil é sofrível. Com o advento das redes sociais temos amostras reais a respeito disso todos os dias. Porém, diversos estudos obtidos por meio de testes no Brasil e no mundo confirmam essa triste realidade em números absurdamente vergonhosos.

Três a cada dez brasileiros são considerados analfabetos funcionais, ou seja, até conseguem ler, mas não possuem a “capacidade de compreender e utilizar a informação escrita e refletir sobre ela”, segundo o estudo Indicador de Alfabetismo Funcional, feito pelo Instituto Paulo Montenegro em parceria com a Ação Educativa. Apenas 12% da população brasileira atinge o nível de proficiência em leitura. Detalhe: não estamos falando de leitura em mandarim, russo ou alemão, mas, sim, da Língua Portuguesa, aquele idioma que todo brasileiro aprende desde que nasce.

Quanto ao Pisa, exame aplicado em 80 países a cada três anos para medir o nível de aprendizado em Ciências, Leitura e Matemática, em alunos de 15 anos, o Brasil figura desde sempre entre as piores colocações. Há décadas, o nível de leitura se mantém estagnado, mas, em ciências e matemática, conseguimos piorar e perder algumas posições nos últimos anos. Em Ciências, os brasileiros ficaram entre os 10 piores desempenhos e, em Matemática, temos um resultado igualmente desastroso: dois em cada três estudantes sabem menos do que o básico.

Esse conhecimento rudimentar é comprovado em outros números, como os da inadimplência. Sem conhecer o mínimo de matemática, o brasileiro não sabe lidar com o próprio dinheiro e recorre a empréstimos e financiamentos para tudo e qualquer coisa, não fazendo ideia do estrago que os altos juros compostos causam em seu orçamento. Aliás, que orçamento? Números levantados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil apontam que praticamente metade da população não faz nenhum tipo de controle financeiro.

Mas, mesmo diante da trágica realidade da educação no Brasil, os governos não parecem nem um pouco preocupados. Em vez de investimentos pesados para melhorar o ensino de disciplinas básicas, o que tem sido amplamente discutido é a implantação de assuntos como ideologia de gênero, a doutrinação da fala, baseada no politicamente correto (travestido de “comunicação não violenta”), e outros expedientes da agenda esquerdista, como a matéria proposta pelo Projeto de Lei 181/2020: feminismo. O projeto é de autoria da vereadora de Manaus, Jacqueline Pinheiro, do PPS (Partido Popular Socialista), que recentemente adotou o nome de Cidadania.

Esse é mais um golpe na (des)educação brasileira, onde os progressistas fingem que todas as mazelas do país serão resolvidas quando o Estado assumir completamente o poder. Porém, quando o Estado decide por nós, o que se vê é isso: milhões de pessoas reféns de um ensino ineficiente, que tenta remendar os estragos de décadas de descaso com a implantação de cotas e de disciplinas estúpidas. Tudo ditado e orquestrado por políticos que não têm o menor interesse em formar cidadãos com senso crítico, capazes de tomar suas próprias decisões.

Aliás, o objetivo do socialismo é incutir na população que o Estado precisa intervir nas decisões de pessoas vulneráveis, sob a alegação de protegê-las, afinal, elas não têm condições de cuidar de si mesmas. E, realmente, com a atual condição do ensino – e os indícios do péssimo caminho que está tomando – o que mais teremos em um futuro bem próximo serão pessoas dependentes de tudo. Dependentes de que alguém interprete (ou não) textos por elas, cuide (ou se apodere) do dinheiro delas e que tome todas as decisões para o bem (ou mal) delas mesmas.

Enquanto isso, a população estará bem ocupada discutindo (e se ofendendo) sobre assuntos de “suma importância”, como as “imposições do patriarcado machista”, criando divisões pela cor da pele, classe social ou preferência sexual, ou ainda, derrubando estátuas e monumentos para apagar a história e criar narrativas fantasiosas de acordo com suas ideologias delirantes. Mais uma vez é preciso reiterar que o preço da liberdade é a eterna vigilância.

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