Escolas de educação infantil preparam protocolo para reabrir

Proprietários de centros particulares submeterão documento com medidas de segurança ao governador. Associação de pais teme expor crianças ao coronavírus

 

 

Fechadas há mais de três meses em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus, as escolas particulares de educação infantil (de 0 a 5 anos) preparam um protocolo de reabertura para submeter ao governador Ibaneis Rocha (MDB). A previsão é de que, até esta sexta-feira (19/6), a proposta seja entregue ao chefe do Executivo local.

O documento, ao qual o Correio teve acesso, abrange regras de higiene, pedagógicas e jurídicas. Em reunião promovida nesta quarta-feira (17/6) por um grupo de gestores de educação infantil, mais de 120 diretores de escolas particulares desse segmento se demonstraram favoráveis à reabertura.
“Tivemos uma conversa inicial e todos ficaram contentes. É importante o governo saber que estamos buscando alternativas para voltarmos às atividades. Existe uma boa parte dos pais que precisam trabalhar e não têm com quem deixar os filhos. Ou eles contratam alguém ou perdem o emprego”, ressaltou Laessa França, uma das organizadoras do movimento.
Ajiza Santos, 47 anos, é diretora de uma escola no Lago Sul. Ela conta que, como a instituição fechou, cerca de 60% dos pais trancaram ou cancelaram a matrícula dos filhos. “Os que permanecem com a gente nos cobram uma data de retorno. Esperamos reabrir o mais rápido possível”, conta.
Segundo ela, a gestão tem se preparado, adotando medidas para receber as crianças quando isso for autorizado. Entre as providências estão a instalação de pias na área externa, equipamentos de álcool em gel, fabricação de máscaras e compras de termômetros para aferir a temperatura.

Protocolos de segurança

Entre as medidas a serem adotadas na parte de saúde, de acordo com o documento proposto por donos de escolas particulares de educação infantil, estão a organização da estrutura operacional para que os alunos mantenham uma distância de um metro entre elos; a disponibilização de álcool gel 70% em todos os espaços físicos, especialmente em salas de aula; o uso obrigatório de máscaras; a aferição da temperatura na entrada; além da demarcação dos espaços físicos para auxiliar no distanciamento social.
“Antes de retomarmos, todas as famílias assinarão um termo em que se comprometem a comunicar a escola caso surja algum sintoma da covid-19 na criança ou na família”, destacou Clayton Braga, diretor do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe).
No plano pedagógico, será obrigatório o desenvolvimento de uma proposta de trabalho domiciliar ou remoto para os estudantes do grupo de risco ou àqueles que não se sintam confortáveis e seguros para participarem das atividades educacionais presenciais.
A gestão escolar deverá organizar, ainda, um projeto pedagógico para que as atividades que demandem interação física ocorram sem contato entre os estudantes e, preferencialmente, sem compartilhamento de materiais.

Outro lado

Segundo o presidente da Associação de Pais e Alunos (Aspas-DF), Alexandre Veloso, os responsáveis ainda estão receosos em deixar crianças e adolescentes voltarem às escolas. “Se não tiver a garantia de uma medida rigorosa sanitária, nenhum pai terá a intenção de levar o filho para a instituição”, afirma.
“As crianças do ensino infantil deveriam ser as últimas a voltarem porque é um público em que não tem como ter controle efetivo”, argumenta. Em abril, Ibaneis Rocha havia dito que a retomada das aulas nas escolas do DF deveria começar pelos alunos do ensino médio e, depois, pelas outras séries.
O produtor audiovisual Daniel Pittaluga, 19 anos, é pai de um menino de 3 anos que estuda em uma escola particular. Segundo ele, o cenário não é favorável à retomada das aulas. “Os casos (de coronavírus) ao redor do DF estão numa crescente constante e não vejo necessidade de expor meu filho a um ambiente com tanta circulação de pessoas e onde ele teria contato direto com outras crianças e adultos”, disse.

Próximos passos do governo

Em nota oficial, o GDF esclareceu que as decisões sobre flexibilização de funcionamento dos diversos setores do DF, quando tomadas, serão informadas por meio de decretos do governador Ibaneis Rocha, publicados no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
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