Militares desviaram e vendiam cocaína: R$ 250 mil no teto da casa de sargento

Autorizada pelo juiz titular da Vara Única da Justiça Militar, Lucas do Carmo de Jesus – e a pedido do promotor militar, Armando Brasil -, uma suposta organização criminosa dentro da Polícia Militar foi desbaratada na manhã desta terça-feira, 16, pela Divisão de Crimes Funcionais (Decrif) e a Corregedoria da própria PM, durante operação contra seis alvos.

Na ocasião, com o apoio da Polícia Civil, foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Dos seis alvos da “Operação Testemunhas”, três foram localizados. Os militares, segundo a Corregedoria, são acusados de venderem drogas que haviam sido apreendidas, caracterizando crime de peculato, previsto no artigo 303 do Código Penal Militar.

Em poder dos militares foram apreendidos aparelhos celulares e na residência de um deles, um sargento residente e, Ananindeua, a polícia teve uma surpresa: escondida no teto da casa, vários maços de dinheiro, que totalizaram R$ 250 mil. O dinheiro em espécie, suspeitam os investigadores, seria proveniente da venda de drogas (veja o vídeo, abaixo).

O dinheiro estava em vários maços e na contagem alcançou a cifra de R$ 250 mil

Em maio passado, como o Ver-o-Fato publicou com exclusividade, o 14º Batalhão da PM, localizado em Barcarena, apreendeu 2 toneladas de cocaína, a maior já feita no estado. A droga estava dentro de uma casa no ramal “Massarapó”, zona rural daquele município. A cocaína foi apresentada na Delegacia de Polícia Civil e depois transferida para Belém, onde seria submetida à perícia para depois ser incinerada.

De acordo com informações, para o transporte da droga até a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foi necessária uma operação que contou com a escolta do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Batalhão da Rotam. A Polícia Civil veio a saber depois que parte dessas 2 toneladas de cocaína foi retida e desviada por outros militares. As informações davam conta de que a droga estava sendo vendida em Barcarena, Abaetetuba e região metropolitana de Belém, dando lucro aos militares que deveriam reprimir o tráfico de drogas.

Após investigações e comprovação da veracidade dos fatos, a Polícia Civil comunicou os crimes ao Ministério Público Militar (MPM) e à Corregedoria da Polícia Militar, que montaram a operação para prender os militares.

Jornal Times procurou a PM para saber a posição da força militar. Em nota, ela informou que acompanha a operação e que, caso identifique indícios de crime durante o curso das investigações, irá instaurar Inquérito Policial Militar (IPM), a fim de apurar o envolvimento dos policiais. Disse ainda que reafirma o compromisso com a conduta ética por parte de todos os seus integrantes e ressalta que não compactua com qualquer desvio de conduta.

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