A rodoviária, além de não atender os critérios definidos na legislação, é inadequada para receber o público diário de 700 mil pessoas
Relatório feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) sobre mobilidade e acessibilidade na Rodoviária do Plano Piloto mostra que o local, além de não atender os critérios definidos na legislação, é inadequado para receber o público diário de 700 mil pessoas.
O relatório foi feito após vistoria realizada em fevereiro no terminal, por iniciativa da Rede Urbanidade. O documento de 76 páginas, assinado por peritos do MPDFT, enumera as irregularidades encontradas: falta de acessibilidade e sinalização, infraestrutura precária, má conservação, oferta de transporte irregular, entre outros problemas.
Ele também acredita que o GDF deve usar as informações do documento para embasar a tomada de decisões. “Todas as questões levantadas no relatório deverão ser levadas em conta antes de qualquer definição sobre a concessão da Rodoviária de Brasília, caso ela ocorra”, ponderou.
Conheça os principais problemas apontados no relatório
Transporte coletivo: baias de acesso em situação precária, box das empresas sem sinalização, áreas do VLP sem acessibilidade e com sinalização deficiente, sobrecarga com retorno das linhas do entorno à Rodoviária (são 206 linhas, 800 veículos e 80 mil pessoas a mais diariamente), oferta de transporte pirata.
Acesso e circulação externa: sinalização deficiente nas travessias, pisos e calçadas irregulares e mal conservados, descontinuidade das rotas acessíveis, falta de trajetos seguros para pedestres dentro da rodoviária.
Circulação interna: confusão de fluxos e filas, ausência de assentos para espera e de piso podotátil, comércio informal, desnível no acesso a lojas e serviços.
Bicicletas: ausência de bicicletário (o que existe foi fechado para reforma), ciclofaixas desativadas ou com pintura apagada, descontinuidade no trajeto das ciclovias.
Manutenção predial: instalações elétricas improvisadas, ferragens expostas, calhas entupidas, vazamentos no forro, lixo e entulho espalhados.
Estacionamentos: vagas sem demarcação, falta de acessibilidade e limpeza, estacionamento em local proibido.
Outros temas: escadas rolantes desligadas, poucos elevadores em funcionamento, sanitários em condições precárias de manutenção e limpeza, ausência de comunicação sonora, deficiência na comunicação visual e na sinalização.
Clique aqui para ler a íntegra do relatório.
Rede urbanidade
O principal objetivo da rede é assegurar a participação efetiva da sociedade na elaboração, na implementação e na fiscalização da política local de mobilidade urbana. Pretende ser um espaço democrático de articulação, discussão e busca de soluções para os desafios nessa área, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.