Sinal de alerta para as aglomerações

Antes referência no isolamento social, região agora cai para o posto de terceiro lugar no ranking nacional

 

Antes referência nos índices de isolamento social do Brasil, atualmente o Distrito Federal ocupa, de acordo último levantamento da pesquisa InLoco, o terceiro lugar do ranking nacional, com 56,85% (dado registrado no último dia 1º).

Ontem, ao lado da Ponte JK, por exemplo, muitos brasilienses em busca de lazer demonstraram o porquê da queda nos índices: mais de 200 pessoas circulavam às margens do Lago Paranoá, aparentemente despreocupadas e formando algumas aglomerações. Poucos utilizavam a máscara de proteção facial.

Um dos poucos que utilizavam o item era o vendedor de sorvete Ronaldo Silva, de 41 anos. Morador de Novo Gama (GO), Ronaldo disse que costumava vender no local antes da pandemia e, apesar da intensa movimentação ontem, alega que o local era comumente mais cheio. “Diminuiu uns 30% a 40 — mas, para um momento como este, acho que está com muita gente mesmo”, afirmou.

De acordo com o vendedor, a única razão para ele estar ali é financeira.

“Não é para dizer que não estou com medo, mas infelizmente, para a gente que ganha pouco, em um trabalho como esse, não temos uma reserva ou uma poupança [para se sustentar em casa por muito tempo]”, ponderou.

Ronaldo afirma que se manteve em quarentena por alguns dias, mas precisou voltar a vender. Ele pediu o auxílio emergencial, mas ainda não obteve nenhuma resposta sobre o benefício. “Está em análise”, disse.

Precavido, além da máscara, o vendedor constantemente gotejava álcool em gel para a higienização das mãos.

“Sufocado”

Ao contrário de Ronaldo — e como a maioria das pessoas no local —, porém, o funcionário de pet shop Bruno Silva, 20, não utilizava a proteção facial. Quando perguntado por que estava sem a máscara, o jovem respondeu que se sentia “sufocado”.

“O pano da minha máscara é muito grosso e me dá falta de ar. Utilizo no trabalho se não a clientela reclama, mas aqui estou caminhando sozinho; precisava ter um tempo ao ar livre”, alegou.

No caso de Ana Luiza Ferreira da Silva, 23, a justificativa para retirar o equipamento de segurança por alguns momentos era o ensaio fotográfico que fazia na orla – ela está grávida de 9 meses do pequeno Gael. “Já não fizemos o chá de fralda, então queríamos pelo menos registrar esse momento, pelo menos a barriguinha”, brincou.

Para ela, encontrar tamanha movimentação foi surpresa. “Eu achava que não teria ninguém, praticamente, por isso escolhi aqui”, disse.

O marido Lucas Caetano, 23, acompanhava a produção e afirmou que ambos têm utilizado as máscaras de proteção.

O fotógrafo Roni Oliveira da Silva, da empresa Eterniza Fotografia, justifica que o trabalho ficou restrito a gestantes em meio às medidas de quarentena. “É um momento em que a grávida não pode esperar por muito tempo. Se o ensaio não for feito logo, não há como fazer depois”, explicou. “Esse é o único serviço que temos oferecido durante a pandemia”, completou.

De acordo com o profissional, para proteger a si e as clientes, utiliza máscara e, na mochila, carrega um pote de álcool em gel para higienização das mãos e materiais.

 

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