Há 9 datas para aulas serem retomadas no pós-pandemia. Veja

Sem consenso e sob alerta de especialistas, abertura de escolas divide governos e autoridades sanitárias. Aumento de casos amedronta os pais

 

 

Ainda não há consenso entre governos e especialistas sobre o momento certo para a reabertura de instituições de ensino. Alguns movimentos começam a ser estruturados, mas ainda sob o temor dos efeitos da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Atualmente, as redes de ensino dos 26 estados e do DF estão com as aulas presenciais paralisadas. De acordo com o Censo Escolar de 2018, as redes estaduais e do DF reúnem 30,3 mil escolas e 16 milhões de alunos.

Veja validade da suspensão das aulas por unidade da Federação:

  • 25 de abril

Rondônia.

  • 30 de abril

Acre, Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Sul e Sergipe.

  • 1º de maio

Amapá.

  • 3 de maio

Bahia e Paraíba.

  • 4 de maio

Ceará.

  • 5 de maio

Santa Catarina.

  • 8 de maio

Pará.

  • 12 de maio

Maranhão.

  • 31 de maio

Distrito Federal e Rio Grande do Norte.

  • Tempo indeterminado

Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Roraima, Pernambuco e Tocantins.

A manutenção dos prazos — que podem ser ampliados ou reduzidos — dependem de decretos dos governos estaduais. O Ministério da Educação avalia a situação das 220 escolas, institutos e universidades federais sob seu comando, mas não crava uma data.

“Risco muito grande”

Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), uma das principais entidades no controle da pandemia no território nacional, está preocupada. A equipe técnica avalia que atualmente o “risco é muito grande”.

O infectologista Leonardo Weissmann, consultor da SBI, explica que o país não tem testes diagnósticos para avaliar todos os professores e demais funcionários dos colégios.

Além disso, a adesão dos pais pode atrapalhar o ano letivo. “Mas a pergunta que fica, diante de uma medida deste nível é: os pais e responsáveis mandarão seus filhos para o colégio em meio a uma pandemia? Acredito que seja muito difícil”, pondera.

As autoridades sanitárias veem com cautela a reabertura das escolas. O entendimento é que a retomada de serviços que gerem aglomeração deve ocorrer quando o número de casos estiverem controlados e a rede de saúde preparada para atendimentos.

Especialistas preocupados

A infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), explica que a medida exige análise técnica dos dados.

“É preciso ter a certeza que os casos estão caindo e que não estamos no pico da epidemia. Para isso, temos que ter testado a maior parcela da população para manter o nível de segurança”, destaca.

A especialista avalia que questões climáticas — sobretudo a chegada do inverno —, e a estrutura das escolas para manter as medidas de controle da pandemia devem ser levadas em consideração.

“Quando as escolas voltarem a funcionar, teremos um número grande de pessoas circulando que podem ser assintomáticas e estarem transmitindo. No inverno, nos aglomeramos mais, o que pode elevar as contaminações”, alerta.

Governadores avaliam datas

A Secretaria de Educação de São Paulo também começou a avaliar a data de regresso. O governador do estado, João Doria (PSDB), deve anunciar nesta sexta-feira (24/04) medidas relacionadas às instituições de ensino.

Os paulistas estão organizando a retomada econômica com um plano que divide o estado em zonas de risco. Doria tem chamado o processo de “quarentena heterogênea”.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defende a abertura de colégios militares e cívico-militares. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), encomendou um estudo técnico para o regresso das aulas. O documento deve ficar pronto em 10 dias.

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