Como será o amanhã após essa crise?

Aumentar investimentos em ações de combate à Covid-19 é correto, mas não se pode resolver uma crise gerando outra de maiores proporções

 

 

Vivemos dias de incerteza, angústia e medo por causa da pandemia do coronavírus. É um problema que atinge a todos, no Brasil e no mundo. A crise tomou tal magnitude que se tornou tema de conversa até das nossas crianças, que não entendem o isolamento social, o cancelamento das aulas e o semblante carregado dos adultos.

As respostas à crise têm se dividido em duas direções. Alguns países adotaram uma quarentena mais rígida; outros preferiram o isolamento social parcial, ou vertical, focado nos grupos de risco. O governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde, regulamentou medidas de isolamento social e vários estados adotaram a quarentena.

É louvável e necessário que o Ministério da Saúde se preocupe em salvar vidas, e a atuação do ministro Luiz Henrique Mandetta merece nosso apoio. Entretanto, um problema deve ser atacado em todas as suas dimensões.

O discurso dominante de isolar todos, de forma absoluta, causa também consequências gravíssimas do ponto de vista econômico: desemprego, falências, queda na arrecadação, recessão e aumento da criminalidade, cujos indicadores já aumentam nossas preocupações.

Do ponto de vista humano, os resultados também são devastadores: depressão, alcoolismo, violência doméstica e aumento dos abusos contra mulheres e crianças. As denúncias dos casos de violência doméstica cresceram 23,5%, no Brasil, em comparação a 2019. Até mesmo a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o perigo do aumento da violência doméstica durante o isolamento.

A habilidade de um governo está em encontrar soluções para todos os problemas e não apenas para um, gerando dezenas de outros, ou mesmo não se atentando para toda a realidade e conjuntura presente. E, sem olhar para os próximos dias, como será o amanhã? O que vai ser do nosso país, da nossa população, após essa crise passar? Não se pode resolver uma crise gerando outra de maiores proporções.

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