Rede de farmácias anuncia congelamento de preços de medicamentos

De acordo com CEO da RaiaDrogasil, a empresa não irá aderir ao reajuste anual do setor, que costuma ocorrer no final de março. Para 2020, a previsão é de aumentos de 3,15% a 5,13%

 

 

Uma das maiores redes de farmácias do país, presente em 23 estados, com 2.100 lojas, a RaiaDrogasil anunciou, nesta quarta-feira (25/3), que não irá aderir ao reajuste anual de preços do setor. Até o final deste mês, a previsão é de que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) aprove um aumento de 3,15% a 5,13% para 2020, mas a empresa se antecipou na tomada de decisão. “Observando o atual cenário de crise provocado pela pandemia de coronavírus, preferimos tomar partido em defesa dos nossos clientes e manteremos os preços atuais por tempo indeterminado”, afirmou Marcílio Pousada, CEO da companhia.
Criada em 2003, a CMED é um órgão interministerial, presidido pelo Ministério da Saúde, que tem competência para definir diretrizes e procedimentos relativos à regulação econômica do mercado de medicamentos. Desde 2015, o colegiado adota critérios para adequar o índice de reajuste à realidade do mercado, favorecendo a concorrência, e pode também aplicar sanções em casos de aumentos abusivos, com multas que variam de R$ 649 a R$ 9,7 milhões.
Segundo o CEO da RaiaDrogasil, a rede que gerencia passou a estabelecer estratégias para a atual crise desde que a epidemia se estabeleceu na Itália, em fevereiro. “Percebemos que o vírus chegaria ao Brasil e passamos a administrar melhor os estoques, pois sabíamos que alguns produtos iriam faltar, bem como treinamos nossas equipes para o atendimento mais seguro ao público”, comentou Marcílio Pousada.
De acordo com o executivo, os clientes ainda enfrentam dificuldade para adquirir o álcool em gel, mas o abastecimento tende a se normalizar. As máscaras de proteção, no entanto, não têm previsão de voltar às prateleiras. “Devido à alta demanda, o álcool está se esgotando rapidamente, mas continua sendo distribuído e remessas maiores serão feitas a partir de 10 de abril. As máscaras, contudo, estão todas à disposição das equipes de trabalho da área de saúde”, informou o CEO da RaiaDrogasil.
Com 42 mil empregados, a empresa integra um dos raros setores da economia que não acumula prejuízos por conta da pandemia de coronavírus nem cogita demitir funcionários. Ainda assim, o executivo vê com apreensão a movimentação política no país no combate ao coronavírus. “Nosso principal objetivo é garantir um atendimento seguro aos nossos clientes e colaboradores. No final, tenho certeza de que tudo será bem-feito, mas, de fato, existe uma preocupação sobre como alguns líderes políticos lidam com a crise. Houve município em que o prefeito mandou confiscar das farmácias os estoques de álcool, máscaras e tamiflu, mas esse medicamento nem é usado no combate à Covid-19. Não é hora de tomar partido político, devemos pensar na população”, disse Marcílio Pousada.

Cloroquina

A disseminação de informações imprecisas sobre o possível tratamento da Covid-19 por meio da cloroquina provocou uma procura em massa pelo medicamento nas farmácias, mas o executivo afirma que o caso está sob controle. “Essa medicação foi recolhida pelas autoridades. Agora, a venda é exclusiva para os portadores de doenças crônicas, com receita médica específica. Nossa empresa doou 10 mil caixas da cloroquina para o governo de São Paulo para contribuir no tratamento de futuros pacientes”, disse Marcílio Pousada.
anúncios patrocinados
Anunciando...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.