Após decreto, esgotam estoques de álcool e máscaras

Drogarias dizem que produtos acabam no mesmo dia . Deputado alerta para preços abusivo

 

 

Álcool em gel e máscaras higiênicas já sumiram das prateleiras nas drogarias de todo o Distrito Federal após o decreto do governador Ibaneis Rocha — que suspendeu aulas e eventos com mais de 100 pessoas para evitar a disseminação do coronavírus na região, provocando pânico na população.

Em algumas farmácias, os produtos entraram em falta em questão de horas depois de obtidos. “Estamos recebendo muito álcool em gel, mas ele está acabando rapidamente. Nós recebemos um carregamento hoje de manhã e já acabou. As máscaras também acabaram”, conta uma atendente da Drogaria Brasil, no Sudoeste, que não quis se identificar.

A dificuldade para atender a demanda por esses produtos não se deve apenas ao excesso de procura, mas também pela falta de abastecimento dos fornecedores. “O fornecedor não consegue suprir, geralmente o carregamento chega de manhã e quando dá meio dia, já acabou. E é por falta nos distribuidores mesmo, porque a empresa está correndo atrás”, diz Jéssica Rodrigues, gerente da Drogafuji na 102 do Sudoeste.

Alguns comerciantes viram no aumento da demanda pelos produtos oportunidade para lucrar em cima do medo provocado pelo coronavírus. A loja Plantão Saúde por exemplo, especializada em fornecimento de equipamento de saúde, usa uma van com uma faixa para anunciar que tem disponíveis máscaras e álcool em gel para seus clientes — vendidos a R$ 14,90 e R$ 29,90, respectivamente.

Restaurantes

Outro setor afetado pela chegada do Coronavírus é o alimentício. Uma das medidas determinadas no decreto é a de manter uma distância de no mínimo dois metros entre as mesas. A decisão preocupa os donos desses estabelecimentos, que terão que operar com capacidade reduzida. “Isso afeta bastante nosso negócio, porque não temos muito espaço. Teremos que fazer algumas mudanças para conseguir atender nossos clientes”, afirma Aline Cruz, subgerente do restaurante Arabetto. “Isso não é bom pro mercado. O espaço já é pouco, e fazendo isso complica muito”, conta Francisco Cruz, garçom da cervejaria BSB Beer.

Mesmo com a necessidade de mudança e limitação no número de clientes, a maioria dos restaurante permanecerá aberto nesse período. “Vamos atender totalmente a exigência do governo, mesmo sabendo do prejuízo que teremos em função da redução do espaço destinado ao nosso público”, declara João Batista, gestor comercial da pizzaria Gordeixos, no Sudoeste.

Distrital pede a Procon que fiscalize abusos

Para coibir uma possível alta nos preços do álcool em gel, o deputado José Gomes (PSB) protocolou ontem uma indicação ao Poder Executivo que solicita que o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon-DF) fiscalize e autue os estabelecimentos que estiverem praticando um aumento injustificado nos valores cobrados pelo álcool em gel antisséptico e pelo etílico hidratado 70 INPM.

De acordo com o parlamentar, com a chegada do coronavírus ao Distrito Federal, boa parte dos brasilienses estão correndo para as farmácias e supermercados para comprar álcool em gel. “Diversos consumidores têm reclamado do aumento abusivo do produto nas prateleiras. Não podemos permitir isso”, enfatizou José Gomes.

Segundo pesquisa do site JáCotei, que compara preços em sites brasileiros, um frasco de álcool em gel subiu de R$ 16,06 em 27 de fevereiro para R$ 41,99 em 4 de março deste ano. Um aumento de 161% em menos de uma semana.

O deputado ainda destaca que a indicação não fere a livre iniciativa e a livre concorrência previstas na Constituição Federal e que o Código do Consumidor prevê punições para os estabelecimentos que praticam aumentos desproporcionais. “É isso que queremos combater. Com preços abusivos, quem mais sofre é a população mais carente, que não têm condições financeiras para arcar com o produto”, pontuou o parlamentar.

 

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