Saiba se você está transformando seu filho em um adulto mentiroso

Estudo avaliou experiências de 379 jovens e descobriu se as mentiras que pais contam na infância têm impacto na vida adulta dos filhos

 

“Na volta a gente compra”. Quem já se viu de calças curtas diante de um pedido difícil de atender sabe como pode ser irresistível usar a frase para adiar uma situação desconfortável com os filhos. Mesmo que a sentença signifique nunca mais voltar à vitrine onde a frase foi dita, tampouco cumprir a promessa de levar o item pra casa. Mas será que essa e outras mentirinhas direcionadas às crianças são tão inofensivas quanto sugere o conhecimento tradicional?

Um novo estudo publicado no Journal of Experimental Child Psychology sugere que não. Apesar do efeito a curto prazo, a atitude pode influenciar a personalidade dos filhos e gerar impacto em sua vida adulta. O motivo é um tanto óbvio: crianças que ouvem mentiras regularmente têm mais chances de se tornarem adultos mentirosos.

Metodologia

Por meio de questionários online, pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura — em colaboração com as Universidades de Toronto; da Califórnia; San Diego e de Zhejiang, da China — perguntaram a 379 jovens se seus pais mentiram para eles quando eram crianças, o quanto eles mentem para os pais hoje e como se adaptam aos desafios da idade adulta.

O foco do estudo foram mentiras relacionadas à alimentação, passeios, mau comportamento e compras.

Ao analisar os questionários, pesquisadores concluíram que aqueles que disseram ter sido enganados quando crianças apresentaram maior probabilidade de admitir que mentiam regularmente para os pais, além de ter problemas de conduta, experiências de culpa e vergonha, e admitirem comportamentos egoístas, impulsivos e manipuladores.

“Os pais costumam mentir para economizar tempo, especialmente quando as razões reais pelas quais eles querem que os filhos façam algo são complicadas de explicar. No entanto, se eles dizem às crianças que elas devem ser honestas, mas demonstram desonestidade ao mentir, podem enviar mensagens conflitantes”, afirmou Setoh Peipei, um dos autores da pesquisa.

No futuro, os responsáveis pelo estudo planejam aumentar o escopo para identificar a natureza das mentiras e os objetivos dos pais para que seja possível sugerir “tipos de mentiras” a se evitar.

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