Black Friday: pesquise preços para evitar pagar “metade do dobro”

Consumidor deve comparar valores cobrados agora e no fim de novembro para fugir das fraudes. Comércio do DF espera crescimento de 4,5%

 

A Black Friday, dia marcado por grandes promoções, chegou dos Estados Unidos ao Brasil há nove anos e vem conquistando espaço entre os consumidores e  comerciantes brasileiros, mas ainda é alvo de polêmicas.

Na edição do ano passado, o site Reclame Aqui registrou 5,6 mil contestações no período — a maioria delas por propaganda enganosa (14,2%). Em segundo lugar, está a divergência de valores, com 7,6%.

Faltando um mês para a data, marcada para 29 de novembro, há tempo de sobra para pesquisar e fugir de problemas. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda que, com pelo menos duas semanas de antecedência, o consumidor pesquise o que deseja ou precisa comprar em várias lojas.

Assim, o brasileiro evita comprar produtos que tiveram os preços elevados antes da promoção. Outra recomendação é pesquisar a reputação das lojas. Sites como Consumidor.gov.br, do Ministério da Justiça, e o Reclame Aqui oferecem histórico de reclamações de lojas de todo o país. Vale a pena ainda estabelecer um limite de gastos para não comprometer o orçamento.

Ofertas enviadas por e-mail devem ser analisadas com atenção. Criminosos aproveitam a vontade dos consumidores em aproveitar as ofertas de Black Friday para aplicar golpes. Os mal-intencionados costumam usar e-mails inexistentes, semelhantes aos de grandes lojas, para roubar informações pessoais, como senhas e dados de cartões de crédito.

Vendas no DF

O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF) espera que, este ano, a data aumente em 4,5% as vendas na capital. O índice é maior que o calculado para o ano passado, de 4%.

Assim como o Dia das Crianças, a Black Friday é um grande termômetro dos comerciantes para as vendas de fim de ano, aponta o presidente do Sindivarejista-DF, Edson de Castro. Segundo ele, na data, os consumidores já começam a gastar mais, fazendo compras acima de R$ 500.

Os lojistas ainda aproveitam a data para renovar as prateleiras. “O comércio liquida os estoques antigos, porque, em dezembro, entram os lançamentos e os produtos com novas tecnologias”, aponta Castro.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto, também ressalta o cenário positivo para as compras da Black Friday na capital, tanto na adesão dos lojistas quanto na intenção de consumo dos brasilienses.

“A tendência é ser melhor que o ano passado porque o momento econômico está melhor”, aponta. “A data também está se tornando corriqueira na internet e as lojas físicas estão tentando acompanhar.”

O dia de promoções chegou ao Brasil com mais força na internet. De acordo com um levantamento do site BlackFriday.com.br, 58,4% das compras do ano passado foram realizadas por e-commerce.

Segundo o presidente da CDL-DF, os comerciantes locais estão aproveitando todas as chances de promoção. “Muitos já negociaram com os fornecedores estoque para a Black Friday.”

Em todo o Brasil

Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que, em nível nacional, 21% dos empresários pretendem aderir ao Black Friday em 2019. Para o mesmo período do ano passado, eram 16%.

Por outro lado, o percentual médio de desconto caiu do ano passado para cá. Em 2018, a média era de 29%. Já para este ano, os comerciantes vão dar descontos por volta de 24%.

A maioria dos empresários entrevistados acredita que a data é uma oportunidade para divulgar a loja e ganhar novos clientes. Além disso, 43% deles afirmam que o objetivo é aumentar as vendas e 25% querem tirar do estoque aqueles produtos parados.

Os eletrônicos são os produtos mais desejados pelos brasileiros, de acordo com o levantamento: 36,5% querem comprar celulares ou smartphones. Eletrodomésticos aparecem em segundo lugar, com 36,3%.

Os televisores completam o pódio, aparecendo como intenção de compra de 29,3% dos brasileiros entrevistados. Em quase todos os casos (97,4%), os consumidores afirmaram que irão fazer uma pesquisa antes de concluírem a compra.

Sexta-feira negra

A Black Friday é uma tradição norte-americana. A origem é incerta e são duas as teorias aceitas para o surgimento da data: a primeira é do final do século 19, quando duas instituições financeiras teriam quebrado no mesmo dia, durante a corrida do ouro no país e em uma sexta-feira.

A outra teoria é da década de 1960 e diz que o termo teria sido criado por policiais no estado norte-americano da Filadélfia para se referir ao dia após o feriado de Ação de Graças, quando o trânsito se tornou um caos. Com isso, os comerciantes aproveitavam para fazer promoções e atrair quem passava pelas ruas mais movimentadas.

No entanto, a data só ganhou a fama de maior dia de compras do ano nos Estados Unidos nos anos 2000. Ao longo dos anos, outros países adotaram a data. No México, são três dias de promoção, período conhecido como El Buen Fin – “o bom fim de semana”, traduzido do espanhol.

Um dia depois do Natal, no dia 26 de dezembro, os canadenses tomam conta do comércio para aproveitar os descontos do Boxing Day. A Black Friday chegou ao Brasil em 2010 e movimenta, principalmente, o comércio na internet.

O que considerar antes de comprar na Black Friday:
  • Estabelecer um limite de gastos para não comprometer o orçamento;
  • Faça uma lista do que precisa ou gostaria de comprar;
  • Consultar o preço do mesmo produto em mais de uma loja com, pelo menos, duas semanas de antecedência;
  • Pesquisar a reputação das lojas em sites, como o Reclame Aqui e Consumidor.gov.br, ou em órgãos com o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon);
  • Verificar o remetente de e-mails com promoções de Black Friday. Criminosos aproveitam a vontade dos consumidores em aproveitar as promoções para roubar informações pessoais.
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