A Pior audiência do entretenimento da Globo é no Distrito Federal

Novelas e reality-shows da emissora têm desempenho abaixo de mercados como Rio de Janeiro e São Paulo

 

O Distrito Federal ostenta um título importante: é a unidade da Federação mais conectada à internet. Essa forte presença na web tem impactado a mídia tradicional: dados do Ibope das últimas duas semanas mostram que o entretenimento da Globo tem a pior audiência em Brasília, quando comparado aos outros dois maiores mercados: Rio de Janeiro e São Paulo.

A novela A Dona do Pedaço, principal aposta da Globo, exibida na faixa das 21h, tem audiência de 39,3 pontos em São Paulo e 39,6 pontos no Rio de Janeiro. No DF, porém, a produção global marcou 33,5 pontos. Esses dados são referentes à transmissão em uma sexta-feira.

O mesmo padrão pode ser observado em Bom Sucesso, novela das 19h. Em São Paulo, o folhetim marcou 30,7 pontos e, no Rio de Janeiro, 31,3 pontos. Já no DF, a audiência cai para 24,7 pontos. Órfãos da Terra, que encerrou no último dia 27 de setembro, teve seu pior desempenho no DF: marcando 18,4 pontos, atrás de RJ (26,3) e São Paulo (24,6).

Nem mesmo o reality musical The Voice Brasil tem desempenho melhor no DF. Na capital, a atração registrou 16,7 pontos. Em São Paulo, marcou 23,6 pontos e, no Rio de Janeiro, 25,2 pontos.
TV GLOBO/DIVULGAÇÃOTV Globo/Divulgação
Tony Gordon venceu última edição do The Voice Brasil: reality tem audiência baixa no DF

Alta conectividade

A queda na audiência pode estar ligada, entre outros fatores (como interesse do público), à alta conectividade de Brasília. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 81% dos brasilienses tiveram acesso à internet por banda larga fixa ou móvel.

Para Alexandre Kieling, pesquisador do mestrado Inovação em Comunicação e Economia Criativa da Universidade Católica de Brasília (UCB), a alta conectividade indica que os brasilienses estão usando outras formas para acessar conteúdos audiovisuais.

“Esse é o grande elemento [deste sistema atual]. Cada vez mais, o público vai escolher o horário em que vai consumir o conteúdo, mudando a lógica das grades de programação”, opina o especialista.

O pesquisador ressalta, por exemplo, que nos Estados Unidos, pela primeira vez, o tempo gasto no consumo de produtos audiovisuais em dispositivos móveis superou a televisão. “A migração de sistema é algo real”, conclui.

Mudança de perfil

Percebendo a tendência de consumo em streaming, a Globo tem migrado parte de sua produção para a internet. O serviço Globoplay, que funciona por assinatura mensal no valor de R$ 19,90, tem expandido seu catálogo.

GLOBOPLAY/DIVULGAÇÃOGloboplay/Divulgação
Ilha de Ferro é uma série exclusiva do Globoplay

Além de filmes e produções internacionais, a Globo tem produzido conteúdo exclusivo para o serviço ou material que é colocado primeiramente lá, antes de ir para a televisão aberta.

“O próprio sistema do Globoplay é uma inovação no modelo tradicional, tem marcado essa mudança no mercado”, avalia Kieling.

Jornalismo

As atrações jornalísticas da Globo seguem o mesmo padrão do Distrito Federal. Nos jornais locais: em São Paulo, o SPTV 2ª edição marcou 28,1 pontos, o RJTV 2ª edição registrou 29,1 pontos. O DFTV 2ª edição obteve 23,2 pon

A única atração que mantém marcas parecidas é o Globo Repórter, com 26,4 pontos em São Paulo, 27 no Rio de Janeiro e 26,9, em Brasília.

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