Justiça ordena apreensão de garoto suspeito de matar Raíssa em SP

Adolescente, de 12 anos, que teria confessado o crime, será ouvido pela Promotoria da Infância e Juventude e encaminhado a Fundação Casa

 

 

A Justiça de São Paulo expediu nesta terça-feira (1) uma ordem para a internação provisória do adolescente de 12 anos que é considerado suspeito de ter matado Raíssa Eloá Caparelli Dadona, de 9 anos, encontrada morta após um evento beneficiente no CEU Anhanguer, no último domingo, na zona norte de São Paulo.

A informação foi confirmada pela SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo). Segundo uma nota emitida pela pasta, o menor, suspeito de envolvimento no crime, foi ouvido na noite de segunda-feira (30), no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil.

A autoridade judiciária expediu um mandado de internação provisória ao jovem no início da madrugada e o rapaz será apresentado ainda nesta terça à Promotoria de Justiça da Infância e Juventude — Área de Adolescentes Infratores do Ministério Público paulista, na Rua Piratininga, região central da cidade. “As investigações seguem visando identificar outros possíveis envolvidos no crime”, complementa o texto da SSP-SP.

O advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos da criança e do adolescente e conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), diz que, em tese, a apreensão deve ser feita pela polícia e o menor é apresentado na delegacia. A internação provisória é de 45 dias em uma unidade da Fundação Casa.

Ainda de acordo com o advogado, o adolescente deverá responder ao processo e ao inquérito de apuração de ato infracional de homicídio.

“Depois deve ter uma audiência de apresentação para ser ouvido pelo juiz da Vara da Infância e Juventude. Após a audiência de apresentação, nas próximas semanas, deve ser realizada uma audiência de instrução e julgamento, com os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa. Depois o juiz da infância julga com base nas provas colhidas pela policia e com base nos depoimentos dele, do adolescente, e das testemunhas, determinando ou não a internação por até três anos, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente”, explica o advogado.

Investigação

Segundo informações da Polícia Civil, o a mãe do adolescente o levou até a delegacia, após ele ter confessado que cometeu o crime. No entanto, o garoto mudou a versão quando foi questionado pelas autoridades.

Em depoimento, o suspeito disse que teria um terceiro envolvido no crime: um homem conhecido como ‘Baianinho’, que estaria andando de bicicleta no local.

A polícia ainda não estabeleceu uma linha cronológica do crime, pois os depoimentos são muito inconsistentes.

Violência sexual

A possível causa da morte é asfixia mecânica, mas a confirmação só será possível após a realização da perícia do IML (Instituto Médico Legal). O laudo ainda não está pronto. A hipótese de abuso sexual também não foi descartada pelas equipes.

O corpo da menina estava pendurado em uma árvore com sinais de violência no rosto e nas pernas. Segundo a polícia, a menina também estava suja com as próprias fezes. Nenhuma arma foi encontrada no local do crime, mas as investigações indicam que o objeto utilizado tenha sido um pedaço de madeira.

Um vídeo das câmeras de segurança do parque mostra o menino caminhando de mãos dadas com Raíssa. Em depoimento, o jovem diz que estava apenas passeando com a vítima.

O adolescente comunicou às equipes de Vigilância do Parque Anhanguera que havia encontrado um corpo pendurado uma uma árvore na área restrita aos funcionários do parque. Ele passou pelo local para encurtar o caminho, quando avistou o cadáver. A Guarda Civil Metropolitana foi acionada pela Vigilância do parque.

Foram encontrados, a aproximadamente 500 mestros do cadáver, manchas de sangue, um par de chinelos, um saco plástico pequeno e transparente e uma capa de tecido sintético (TNT).

Autismo

Segundo a família, Raíssa era autista e não falava com estranhos. A polícia não exclui a possibilidade de um terceiro envolvido, pois, acredita que sozinho, o menino de 12 anos, teria muita dificuldade em imobilizar a menina.

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