Fachin vota contra recurso que pode anular condenações da Lava-Jato

O julgamento foi suspenso pelo presidente da Sessão, Luiz Fux, e será retomado nesta quinta-feira (26/9)

 

Em um julgamento que pode afetar decisões judiciais em todo o país, o ministro Edson Fachin, relator do Habeas Corpus 166373 no Supremo Tribunal Federal (STF), deu voto contrário, nesta quarta-feira (25/9), ao pedido de anulação da sentença de primeira instância que condenou o ex-gerente de Empreendimentos da Petrobras Márcio de Almeida Ferreira por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da operação Lava Jato.
A defesa alega que o réu foi prejudicado no processo por ter apresentado as alegações finais ao mesmo tempo que os delatores. Com esse mesmo argumento, o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás, Aldemir Bendini, teve a sentença anulada pela 2a Turna do STF no final de agosto. O julgamento do HC 166373 foi suspenso pelo presidente da Sessão, Luiz Fux, e será retomado nesta quinta-feira (26/9).
O ministro Edson Fachin afirmou em seu voto que o caso em questão não apresenta qualquer nulidade, pelo fato de os colaboradores que celebram acordos de delação premiada  não fazerem “parte do pólo acusatório”. Ele acrescentou que a ordem de apresentação de alegações finais não é tratada nem no Código de Processo Penal nem em precedentes do STF. Além disso, frisou que não cabe à Corte legislar, e sim ao Congresso Nacional.
Fachin apresentou essa mesma argumentação no julgamento do caso de Aldemir Bendini na 2a TurMa do STF, mas seu voto acabou vencido, o que levou à anulação da condenação em primeira instância do ex-presidente da Petrobrás. No caso do HC 166373, o ministro decidiu remeter o processo para julgamento em Plenário alegando necessidade de preservar a segurança jurídica e a estabilidade da jurisprudência do Tribunal.
Esse julgamento é cercado de expectativas e ocorre no momento em que a força-tarefa da Jato é alvo de fortes pressões, impulsionadas, sobretudo, pela divulgação, pelo site The Intercept Brasil, de diálogos vazados do Telegram que indicam possível parcialidade dos membros da operação. Caso o STF defira o HC 166373, anulando a condenação do ex-gerente da Petrobrás Márcio de Almeida Ferreira,  a decisão abrirá caminho para que o mesmo ocorra com sentenças proferidas em todo o país, incluindo as que condenaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato.
Na retomada do julgamento nesta quinta-feira, a expectativa é que os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia repitam os votos apresentados no caso de Aldemir Bendini, na 2a Turma. Na ocasião, eles apresentaram o entendimento de que a abertura de alegações finais do colaborador deve ocorrer em momento anterior ao dos delatados.
anúncios patrocinados
Anunciando...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.