Acusado de estelionato tinha vida de luxo com golpes que chegam a R$ 2 mi

Seis mulheres e um homem foram vítimas do suspeito, que tem 39 anos. Ele se apresentava como especialista e investidor no mercado financeiro internacional

 

Jeito sedutor, palavras bem escolhidas e uma vida de luxo. Era assim que Marcelo José Neves, 39 anos, se apresentava para as vítimas. Confiante, o homem acusado de estelionato relatava ser dono de uma empresa especializada em gestão financeira. Seis mulheres e um homem acabaram caindo na lábia do suspeito, dando altos valores para investimento em um falso fundo nos Estados Unidos. Os golpes somam mais de R$ 2 milhões.
Até a manhã desta terça-feira (17/9), três vítimas de Marcelo haviam prestado depoimento na Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf). Uma quarta pessoa é esperada para formalizar depoimento, assim como a mãe do acusado, que é suspeita de auxiliar nos golpes.
A investigação já dura dois meses e recebeu o nome de Don Juan, mas segundo o delegado Miguel Lucena , da Corf, não está estabelecido que o homem iniciava um relacionamento amoroso com as vítimas. “Apenas uma mulher afirmou que Marcelo se aproximou dela no intuito de namorá-la, quando ela estava em processo de divórcio. Essa vítima deu R$ 1,2 milhão e, após tudo o que passou, se mudou para o Rio de Janeiro. Todas as demais mulheres negam, incluindo o homem. O chamamos de Don Juan pelo jeito sedutor dele. Ele tem lábia para conseguir o que quer”, explica.
“Marcelo se apresentava como especialista no mercado financeiro. Dizia que entendia do assunto e tinha uma empresa usada para investir e gerar grande rentabilidade. As vítimas acreditavam e transferiam o dinheiro ou davam cheques consignados. Quando dava o prazo para que elas recebessem o investimento de volta, viam que tinham caído em um golpe”, acrescenta Lucena.
No Imposto de Renda deste ano, o suspeito declarou um patrimônio de R$ 1,2 milhão. De acordo com o delegado, Marcelo criava contratos com as vítimas e usava-os para prestar contas ao Leão. “Ele legalizou todo o dinheiro obtido por meio de golpe para não cair na malha fina e gerar desconfiança”, detalha.
Na primeira fase da investigação, deflagrada na sexta-feira (13/9), policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão. O primeiro na casa do suspeito, na 705 Norte. “Era, sim, uma vida de luxo e ostentação. Encontramos diversos produtos importados, como roupas, sapatos e perfumes. Tinha caixas de bebidas vindas de fora do país, sem contar que, na garagem, havia duas mercedes”, descreve Lucena.
A Justiça também concedeu mandado para buscas na residência da mãe de Marcelo, um apartamento localizado na 307 Sul. Também foi concedida a quebra de sigilo bancário. O suspeito responde ao processo em liberdade e, na sexta-feira (13/9), prestou esclarecimentos na Corf.
“Apuramos que os golpes ocorrem desde 2011. Estamos em fase de investigação, além de as vítimas também estarem vindo à delegacia. Assim, identificamos como Marcelo agiu com cada pessoa e quanto cada uma perdeu”, conclui o delegado.
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