Familiares e advogados de presos protestam em presídio de Planaltina

Unidade prisional foi inaugurada no último dia 2 de setembro e recebeu cerca de 200 presos de alta periculosidade e membros de facção criminosa

 

Falta de água, alimentação, kit higiene e visitas impedidas. É isto que denunciam familiares e advogados de detentos do presídio de Planaltina, no Entorno do Distrito Federal (DF), em protesto realizado na frente da penitenciária na manhã desta segunda-feira (16). Unidade prisional foi inaugurada no último dia 2 de setembro. Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) afirma que denúncias não procedem.

Cerca de 150 entre familiares e advogados de presos estiveram no local para reivindicar direitos dos detentos. Relatos dos manifestantes apontam que a unidade prisional não tinha infraestrutura básica para receber 200 presos na última semana. Entre eles estão condenados de alta periculosidade e membros de facção criminosa.“Direitos básicos não estão sendo respeitados. A verdade é que o local não tinha condições de receber os presos naquele momento. As pessoas estão sem água e não podem receber visitas dos familiares”, disse o advogado Rafael Ribeiro.

Segundo ele, até a entrada dos advogados tem sido dificultada no presídio. “A gente percebe que há uma espécie de seleção. Alguns advogados entram e outros não. Fiz agendamento na sexta-feira (13), para realizar a visita ao meu cliente hoje (segunda). Percorri mais de 400 km para chegar em Planaltina e simplesmente não me deixaram entrar”.

Falta de agentes

As denúncias também giram em torno da falta de agentes penitenciários na unidade prisional, inaugurada há menos de 15 dias. “O plantão tem contado apenas com 50 agentes e agora contamos com a ajuda da Polícia Militar (PM). Tem relatos, fotos e áudios de que não tem armamento e munições”, disse o agente prisional Maxssuel Miranda em vídeo publicado nas redes sociais.

Segundo ele, na última sexta-feira (13), os detentos quebraram parte da unidade. “Tentaram retirar um dos presos e houve uma reviravolta. Quebraram quase todo o presídio. Aconteceu isso porque não tem agente suficiente para trabalhar”. Maxssuel contou, ainda, que os agentes são constantemente ameaçados. “Os presos falam que vão pegar os agentes fora do horário de trabalho. Meus agentes prisionais não vão morrer em vão por incompetência dessa diretoria”.

Em nota, a DGAP disse que as informações sobre a Unidade Especial Prisional de Planaltina não procedem. No texto, o órgão diz ainda que a “ordem e disciplina no local se mantém estabilizada e sem alterações”. A direção ressaltou que todos os procedimentos internos administrativos já foram instaurados, além de aplicações das devidas sanções penais a presos que promoveram alterações na rotina do local, na última sexta (13).

“De imediato, a direção informou às autoridades sobre o ocorrido no presídio, reafirmando que a estrutura do local danificada em tal data já está em processo de reforma, sendo a segurança reforçada com ajuda de forças policiais e do Grupo de Intervenção Tática da DGAP”, diz trecho.

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