Golpe do OLX: contas de WhatsApp são clonadas em esquema criminoso; saiba como se proteger

Um golpe contra usuários do WhatsApp vem sendo aplicado por meio de sites de venda, como OLX e Mercado Livre, e tem utilizado engenharia social para roubar a conta do mensageiro instantâneo das vítimas sem nenhum tipo de malware. O Golpe do OLX ou Golpe do WhatsApp – como ficou conhecido – tem se tornado frequente em muitos estados brasileiros e levado várias pessoas a caírem nesse tipo de esquema criminoso.

Em Manaus, o industriário César Vinícius, de 31 anos, quase se tornou uma vítima dos falsários. À reportagem do Manaus Alerta, ele conta que um golpista tentou se passar por um de seus contatos – após ter clonado a conta do WhatsApp de um amigo dele – e pediu dinheiro emprestado.

“Antes do meu amigo cair no golpe, ele havia entrado em contato comigo na noite anterior para tratarmos sobre uma televisão. No outro dia, me responderam com uma mensagem dando bom dia e chamando pelo meu nome. Logo estranhei, pois como amigos, a gente nunca se chama pelo nome, sempre falamos: ‘fala, parça, bom dia’, etc”, explica Vinícius. “Em seguida, já mandaram mensagem pedindo dinheiro, perguntando se eu poderia ajudar fazendo uma transferência até o final da tarde, que estava precisando com urgência. Eu logo desconfiei e saquei que se tratava de um golpe”, comenta.

Em seu relato, César diz que começou a fingir que estava caindo na conversa do falsário. “Eu disse que estava sem acesso à transferência pelo aplicativo do banco através do meu celular, mas que eu poderia ir ao caixa eletrônico para fazer o depósito”, conta. “Então, eu falei para ele me mandar os dados por áudio e não por mensagem. Fiquei esperando, mas ele não respondeu mais”, esclarece ele.

Depois do ocorrido, o industriário relata que foi até as redes sociais, onde constatou que seu amigo, que mora no Espírito Santo, havia sido vítima de um golpe. “Eu vi uma publicação dele [amigo], dizendo que havia postado um anúncio de carro na OLX e que, depois disso, a conta dele do Instagram havia sido hackeada. Em seguida, liguei pra ele por vídeo e ele me explicou o que havia ocorrido”.

À reportagem, César Vinícius diz que a vítima havia recebido uma ligação de SP logo depois de ter feito a postagem sobre o anúncio da venda de um carro. “Ele atendeu a ligação. Depois disso, o WhatsApp dele foi clonado e ele já não tinha mais acesso ao perfil”, explica.

“Quando constatei toda a história, pedi para que removessem o contato dele de todos os grupos do WhatsApp e que bloqueassem o número”, lembra o rapaz.

Nota da SSP-AM

Procurada pela equipe de reportagem do Manaus Alerta, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informou, por meio de nota, que 51 casos de invasão de dispositivo informático foram registrados neste ano. Em 2018, o número de denúncias registradas foi de 43.

Segundo o delegado Guilherme Torres, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), a clonagem de celular tem tido um aumento nos últimos tempos devido à evolução da criminalidade no âmbito da tecnologia, gerando, em consequência, prejuízos materiais ou imateriais às vítimas.

Ainda conforme a autoridade policial, algumas condutas preventivas podem inibir a ação de criminosos, por exemplo:

– Na posse do aparelho: não usar códigos numéricos sequenciais (ex: 1234) ou números iguais (ex: 0000); fazer a biometria ou cadastrar senha para todos os aplicativos que suportam tais serviços; desativar as notificações de tela do telefone em configurações (no iphone: ajustes – notificações – mostrar pré-visualizações – clique em “nunca”). (no Android: configurações – notificações – bloqueio – clique em “não exibir” ou “ocultar conteúdo”); sempre anotar em um caderno IMEI do celular e PIN do chip;

– Em caso de roubo de celular: ligar para a operadora e informar o ocorrido, solicitando bloqueio do chip; fazer boletim de ocorrência na Delegacia mais próxima ou pela internet (site da Delegacia Interativa). Por esse motivo é importante ter anotado o IMEI em um caderno; desconectar suas contas de e-mail e redes sociais.

Alerta aos usuários

Fique atento aos indicativos descritos pela ANATEL de que o seu aparelho pode ter sido clonado: a) dificuldades para completar chamadas; b) quedas frequentes de ligação; c) dificuldade de acesso à caixa de mensagem; d) chamadas recebidas de números desconhecidos (nacional ou internacional); e) débitos na prestação de serviços muito acima da média.

Entenda como funciona o golpe do WhatsApp, OLX e ZAP

De acordo com o site Tecnoblog, o golpe em si é bastante simples. Em geral, os estelionatários se aproveitam da ingenuidade e distração da vítima, fazendo com que ela forneça dados pessoais por livre vontade, sem utilizar qualquer tipo de método invasivo, malware ou coisas do tipo.

Esse tipo de golpe funciona em três etapas. São elas:

1. Os golpistas monitoram os sites de venda como OLX, ZAP e Mercado Livre e entram em contato com um vendedor que possa vir a ser um alvo em potencial.

2. Através dos dados do anúncio, os estelionatários conseguem o número de celular da vítima e consequente o de sua conta no aplicativo WhatsApp.

3. Em seguida, eles enviam uma mensagem como se fosse a central de comunicação do site de vendas (sim, eles tentam se passar pelo OLX e Mercado Livre).

Verificação do Anúncio Ativo

O texto pode variar. Mas, em geral, é uma mensagem informando de irregularidades em um anúncio com o título “Verificação do Anúncio Ativo”. Na ocasião, o golpista informa que enviará uma mensagem SMS com um código e que o usuário deve digitá-la pelo WhatsApp como forma de confirmação do processo e “regularização” de seu anúncio na plataforma.

Foto: Reprodução/Internet

O código enviado, na verdade, é o PIN de autenticação do WhatsApp. Desta forma, o estelionatário está tentando roubar a conta para usar em outro aparelho. Ao fazer o login com o número de telefone (que ele já tem), o WhatsApp envia para o dono do chip um SMS com o número de autenticação que é legítimo. Ao ter acesso a esse número, o falsário consegue fazer login na conta da vítima usando o seu próprio celular, roubando a conta em seguida.

Assim, o golpista poderá se passar pelo dono da conta que roubou – trocando mensagens com diversos contatos da vítima, pedindo empréstimos em dinheiro para “emergências”. Ele fornece contas de laranjas onde o incauto é incentivado a depositar valores, acreditando que está ajudando um amigo que precisa de dinheiro.

Segundo especialistas, os golpistas costumam pedir valores entre R$ 1 mil e R$ 2 mil por contato, na esperança de que um ou outro caia na lorota e, de fato, faça o depósito do “empréstimo”.

Como se proteger

Para se proteger desse tipo desse tipo de esquema criminoso, é necessário ativar a autenticação em duas etapas – da qual impede o roubo de uma conta do WhatsApp -, pois, além do PIN por SMS, o falsário terá que exigir tal senha para acessar a conta, o que já foge de qualquer procedimento de segurança e revela se tratar de um golpe.

Foto: Reprodução/Internet

Ao mesmo tempo, não acredite em tudo aquilo que receber pelo WhatsApp, visto que OLX, ZAP e Mercado Livre, entre outros, não pedem confirmação de dados pelo mensageiro.

Por fim, desconfie de amigos de sua lista de contatos repentinamente pedindo dinheiro emprestado em valores altos, para supostas emergências inadiáveis. Se ocorrer, peça por confirmação de dados do contato e, em último caso, ligue para tirar a prova.

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