Ibama publica edital para contratar empresa que monitore desmatamento

Contratação tem como pano de fundo as críticas de Bolsonaro aos dados do Inpe, que têm mostrado aumento no corte de árvores na Amazônia

 

O governo federal começou a implementar a ideia de contratar uma empresa privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou nesta quarta-feira (21/08/2019) um chamamento público para companhias interessadas em fornecer imagens de satélite que possibilitem o acompanhamento diário de indícios de desmatamento.

Essa contratação vem sendo planejada há algumas semanas, desde que o presidente Jair Bolsonaro questionou os dados públicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No último dia 19 de julho, após a divulgação, pelo Inpe, de um aumento de 68% no desmatamento na Amazônia em relação ao mesmo mês do ano passado, Bolsonaro disse que os dados não correspondiam à verdade e que o então diretor do órgão, Ricardo Galvão, poderia estar “a serviço de alguma ONG”.

Desde então, Galvão perdeu o cargo e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, prometeu contratar uma empresa para “complementar” o trabalho do Inpe. “Queremos ter os melhores dados para traçar as melhores políticas públicas”, disse ele em entrevista ao programa Globo News Painel na semana passada.

O edital recém-publicado traz como justificativa a necessidade de busca de “uma solução viável e operacional para atuação mais eficiente, eficaz, efetiva e com maior celeridade na gestão das ações de fiscalização ambiental no combate ao desmatamento ilegal e exploração florestal seletiva ilegal na região Amazônica”.

De acordo com o texto, deverá ser monitorada diariamente uma área de aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados distribuídos a leste dos estados do Acre e Rondônia, norte de Rondônia e Mato Grosso, sul do estado do Amazonas e meio norte do Pará.

O chamamento proíbe a participação de entidades sem fins lucrativos, o que engloba a maioria das ONGs e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips).

Na última semana, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que já havia uma empresa paulista, chamada Santiago & Cintra, fazendo um teste de monitoramento para o Ibama com imagens de satélites norte-americanos.

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