Comerciantes do Paranoá sofrem com onda de assaltos

A quantidade de roubos em comércio na cidade aumentou 57,8% em relação ao ano passado. PM diz que intensificou patrulhamento com equipe que pode ser acionada por meio de aplicativo de mensagem

 

O comércio do Paranoá enfrenta assaltos em série. O número de ocorrências aumentou 57,8% em relação ao ano passado. Foram 30 casos entre janeiro e junho, contra 19, no mesmo período de 2018, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF). Dos crimes registrados no primeiro semestre deste ano, 20 ocorreram depois de abril.

Na cidade com cerca de 65 mil habitantes, os bandidos agem à luz do dia, com armas de fogo e facas. Dona de uma loja de roupa infantil, Neia Azevedo, 38 anos, viveu momentos de terror. “Ele (o bandido) veio com uma faca e disse que, se eu olhasse, ia me furar todinha”, lembra. Ela perdeu o celular e o dinheiro do caixa. “Na minha loja entra mais mulher. Quando entra um homem, já fico assustada”, destaca a lojista.

Alguns empresários pagam segurança particular, mas nem isso afasta os criminosos. Foi o caso de uma loja de eletrodoméstico. “Os bandidos entraram com os funcionários. A loja ainda estava fechada. Eles foram para o estoque e levaram todos os celulares”, lembra o gerente, Bruno Frechiani, 33. Na mesma quadra, outra loja de eletrodoméstico foi assaltada duas vezes em 15 dias.

Menos clientes

Os moradores também sentem medo e indignação. “Não dá para sair com bolsa. Levar celular, só se for escondido”, diz a auxiliar de escritório Dalvani Pereira, 30. A babá Miram Souza, 31, mora na cidade vizinha, no Itapoã, e costuma frequentar o comércio do Paranoá. “São muitos casos de violência e eles não têm horário, acontecem de dia e de noite”, lamenta.

O presidente da Associação Comercial do Paranoá, Rosil Alves de Oliveira, diz que além dos prejuízos com os assaltos, os lojistas temem a perda de clientes. Com um comércio completo, concentrado na avenida principal, a cidade recebe moradores do Itapoã, Lago Sul e Lago Norte. “A sensação de insegurança causa um prejuízo grande, porque distancia os clientes que vêm de fora, sem contar o sofrimento da comunidade”, ressalta.

A Polícia Militar informou, por meio de nota oficial, que, para combater a criminalidade, foi implantado o programa de policiamento integrado Rede de Comércios Protegido. A iniciativa “funciona por meio do aplicativo WhatsApp, com um grupo formado pela comunidade, comerciantes e a Polícia Militar, atuando na troca de informações e na discussão de medidas para prevenir crimes”. Uma viatura fica na área comercial em horários específicos. “Quando acionada pelo grupo, ela atua de forma mais eficaz”, afirma a nota.

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