Aumenta a produção de quimioterápicos na rede pública de saúde do DF

Hospitais são abastecidos pela farmácia do Hospital Regional de Taguatinga. Maior parte dos produtos é destinada ao tratamento de câncer de mama

O volume de manipulações de remédios quimioterápicos, pela Farmácia do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), foi maior no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior.

Nos seis primeiros meses de 2018, foram produzidas 13.175 bolsas de substâncias químicas, enquanto neste ano o volume de manipulações registradas foi de 16.857 bolsas. A maior parte das preparações é destinada ao tratamento de câncer de mama, seguido dos cânceres do trato intestinal e de colo do útero.

Essas bolsas de remédio são destinadas a pacientes como Márcia Shizul, 49 anos, em tratamento contra um câncer de mama desde janeiro deste ano. Uma vez por semana, ela vai ao ambulatório do Hospital Regional de Taguatinga receber a medicação – procedimento que leva cerca de três horas.

“Eu comecei a fazer a quimioterapia no Hospital de Base e depois fui transferida para Taguatinga. A expectativa é terminar o tratamento até outubro. Em seguida vem o procedimento cirúrgico”, descreveu ela.

Na mesma sala também estava Eduardo José de Souza Costa, 33 anos, que, desde abril, faz tratamento contra um câncer de estômago. Quando descobriu a doença, Eduardo chegou a ficar internado no HRT devido à sua condição bastante debilitada.

Eduardo recebe a medicação de segunda à sexta-feira, chegando a ficar até cinco horas em cada sessão. “Eu sentia muita dor, tanto que a morfina já não adiantava. Na primeira sessão de quimioterapia, a dor passou e, de lá para cá, já estou conseguindo me alimentar e ganhar um pouco do peso que perdi, que foram mais de 20 Kg”, relatou esperançoso. Eduardo aguarda o resultado de exames para dar os próximos passos no tratamento.

Fórmulas quimioterápicas

Na rede pública do Distrito Federal, somente a farmácia do HRT tem habilitação para elaborar as fórmulas quimioterápicas. Assim, a unidade recebe o pedido, faz a preparação de acordo com cada prescrição e envia ao hospital onde o doente vai receber o tratamento.

“Tem medicamentos cuja validade é muito curta, sendo de uso imediato. E outras manipulações podem durar até 72 horas. Além disso, cada fórmula é preparada especificamente para aquele paciente”, explica o farmacêutico Fábio Siqueira.

Os medicamentos produzidos têm como destino o Hospital de Base, Hospital Regional da Asa Norte e o próprio HRT.

O farmacêutico acrescenta que, além dos tratamentos contra os cânceres, há medicamentos de pulsoterapia, para gravidez ectópica (quando o embrião é gerado fora do útero), doença de mola (referente a uma placenta anormal, que pode evoluir para o câncer – chamado de neoplasia trofoblástica gestacional) e reumatologia.

Ambiente isolado

No laboratório, trabalham sete farmacêuticos e quatro técnicos com treinamento especial para este tipo de função.

Segundo Fábio, os profissionais se revezam para realizar as manipulações, já que não é definido um grau de segurança ou periculosidade sobre a exposição às substâncias. “Além disso, e do ambiente completamente isolado, ainda usamos um traje próprio para realizar o manuseio dos produtos com a maior segurança possível”, enfatiza.

A estrutura possui portas com sistema de intertravamento e pressão negativa, para evitar a entrada de partículas estranhas ao ambiente. O ambiente possui, ainda, quatro capelas de fluxo laminar, equipamentos que garantem 100% de segurança para não haver contaminação pelo ambiente externo.

As instalações seguem todas as normas preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que conferiu o credenciamento do hospital pelo Ministério da Saúde como Unidade de Alta Complexidade (Unacom).​

Com informações da Secretaria de Saúde

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