Nesta segunda-feira (29/07/2019), 460 mil estudantes da rede pública de ensino retornam do recesso do meio do ano
Após recesso do meio do ano, 460 mil alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal voltam às aulas nesta segunda-feira (29/07/2019). E o retorno já começa com problemas no Passe Livre Estudantil. Davi Neves (foto em destaque), 17 anos, teve que pagar R$ 5 para pegar o metrô de Ceilândia até o Setor Leste, na Asana onde estuda. “Não consegui passar. O meu cartão tá dando como se estivesse vencido”, contou.
Outro aluno, que preferiu não se identificar, também reclama que o seu passe estudantil não funcionou nesta segunda-feira. O rapaz estuda no Instituto Federal de Brasília (IFB) da Estrutural e mora em Ceilândia. Mas não conseguiu usar o cartão.
Segundo a Secretaria de Mobilidade do Distrito Federal (Semob), na sexta-feira (26/07/2019), todos os cartões foram revalidados. A pasta informou que está apurando o que houve. “É importante destacar que quem estiver tendo problemas com o cartão do Passe Livre Estudantil deve entrar em contato com 162, que já tem uma equipe preparada para apurar e resolver a situação”, afirmou a pasta. Já a Companhia do Metropolitano garantiu que o seu sistema está funcionando normalmente.
O fim do DFTrans foi anunciado pelo governador em 8 de abril, data em que passageiros de ônibus e metrô enfrentaram muitos transtornos para recarga de cartões. Eles se queixaram de não conseguirem utilizar os créditos do vale-transporte. Na hora em que passavam o cartão no validador, deparavam-se com a mensagem de “saldo insuficiente”. Revoltadas e em busca de respostas, dezenas de pessoas protestaram no posto do DFTrans na Rodoviária do Plano Piloto.
Nos próximos meses, o Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) vai passar a ser gerido pelo Banco de Brasília (BRB), conforme revelado. De acordo com o artigo 11 da lei, a instituição ficará responsável pela confecção, manutenção de cadastros, geração, distribuição e comercialização dos cartões, informações inerentes ao sistema, bem como pelo repasse dos valores devidos individuais, exceto a parcela relativa a eventual subsídio.
Há 28 anos, o colégio funcionava de forma provisória e, para garantir a segurança de estudantes e professores, o Governo do Distrito Federal (GDF) deveria construir nova unidade no mesmo terreno ou reformar completamente o prédio. Mas nada foi feito. Agora, antes de um acidente, a Justiça determinou o fechamento do local.
As turmas da escola foram transferidas emergencialmente para outros dois centros educacionais da região. Esse é mais um caso de uma escola pública do DF fechada por falta de investimento em infraestrutura. Outras também correm o risco de terem os portões trancados.
Inaugurada em 1990, a Escola Classe 52 deveria funcionar temporariamente por apenas dois anos. Com o passar do tempo, a direção começou a fazer pequenas obras para minimizar os riscos. Mesmo assim, os problemas são gritantes, como buracos nas paredes e goteiras no teto. De acordo com a vice-diretora, Dalena Sumaya Batista Pinto, os alunos serão transferidos para a Escola Classe 45 e para o Centro Educacional Ensino 7, em Taguatinga.
“Fica, aproximadamente, há 1,8 quilômetro de distância. Já ouvi dizer que tem pais pensando em tirar os filhos da escola por conta da distância. A gente vai perder alunos”, lamentou a vice-diretora. Parte dos professores também não quer continuar na unidade.
“É uma situação que deve ser apenas provisória. Porque a gente vai ficar incomodado pela falta de espaço. A escola está separada. E a comunidade quer um prédio próprio, onde todos possam ficar juntos. Queremos um cronograma do governo para resolver a situação. Fica muito difícil para a gente trabalhar em dois lugares separados. Não é aceitável que a gente espere outros 28 anos sem resposta.”
DALENA SUMAYA, DIRETORA DA ESCOLA CLASSE 52
Apaixonada pelas aulas de português e estudando para melhorar na tabuada, Luiza Eduarda Crispim, 9 anos, está com o coração apertado. “Vou sentir saudades dos meus colegas e da escola”, afirmou.
Na opinião de Denise, o GDF deveria começar a construção da nova unidade no terreno enquanto os alunos continuassem no prédio antigo, até a entrega da obra. “Tem várias crianças que estudam e depois ficam em uma creche aqui perto. Então, vai ficar muito contramão para os pais. A comerciante Margarida Joana de Brito, 53, tem uma neta na escola e compartilha da indignação. “Faltou cuidado e zelo com o colégio”, criticou.
A dona de casa Ana Luiza Ferreira, 48, tem três netos no colégio. Ela considera a reforma necessária, mas não acredita que a obra será concluída rapidamente. Além da Escola Classe 52, outras unidades estão com portas fechadas. A lista inclui: a Escola Classe 59 de Ceilândia, o Centro de Ensino Médio 10 de Ceilândia e o Caic Castelo Branco do Gama.