Artistas mantêm viva a tradição das festas juninas e se apresentam no DF

O brasiliense que curte festas típicas é cativado pelo som de artistas que têm o forró no sangue. Veja programação:

 

Junho é sempre uma festa! O período do ano marcado pelos arraiás não seria o mesmo sem a batida do zabumba, da marcação do triângulo e do toque da sanfona que dão o tom das comemorações, principalmente hoje, véspera do Dia de São João (leia Saiba mais). E, por trás dos instrumentos, existem histórias ricas de cada um dos personagens responsáveis por trazer o clima nordestino ao Distrito Federal. O brasiliense que curte festas típicas é cativado pelo som de artistas que têm o forró no sangue.
É o caso de Francisco Antonio de Carvalho, 70 anos, famoso pela alcunha de Chicão do Forró. Natural do Ceará, ele é um dos nomes que deixam a capital do país mais caipira nas comemorações juninas. “Hoje em dia essa é uma cultura muito forte em Brasília, mas, no começo, o forró não tinha tradição aqui. Tivemos que lutar para sermos reconhecidos e valorizados”, conta. Ele foi um dos pioneiros da capital, chegou por aqui na década de 1960. Mas a saudade da terra natal bateu nos primeiros meses: “O jeito de relembrar do Nordeste era cantando xote e tocando sanfona”. Como muitos conterrâneos estavam chegando à capital que nascia, logo eles foram se juntando, e tiveram uma grande ajuda dos programas de rádio.
“Conheci muitos instrumentistas cearenses, pernambucanos… e fomos criando grupos para tocar em festas. Até que vieram os convites para fazer parte de programas da Rádio Nacional e depois na Planalto. Tinha muita gente aqui de Brasília que queria matar a saudade do Nordeste ouvindo forró”, lembra Chicão. A partir daí, o sucesso do ritmo se estabeleceu e até uma organização foi criada, a Associação dos Forrozeiros do Distrito Federal (Asforró), que reúne músicos de todas as idades. “Como foi nosso povo que construiu Brasília e ficou por aqui naquela época, o forró também faz parte do sangue de muita gente, até os mais novos, filhos desse povo”, comenta Chicão, fundador da Asforró.
O brasiliense Vavá Gomes, 32, é exemplo do caso citado por Chicão. O pai é piauiense e sanfoneiro; então, o ritmo vem de berço. “Com 5 anos, comecei a tocar triângulo e, com 10, acordeão. Até me dediquei muito aos estudos e pensei que seria professor de geografia, mas a paixão pelo forró me pegou e não largou mais”, brinca. Hoje ele faz parte do Trio Balançado, que está com agenda de show lotada neste mês. “Por mim, era junho o ano inteiro! Essa é a melhor época, porque as músicas são boas, o clima é ótimo e as comidas típicas também. A gente fica em cima do palco, mas se diverte demais, mesmo trabalhando”.

Grande família

Unidos pela paixão do ritmo da zabumba, triângulo e sanfona, os forrozeiros do DF começaram a cultivar uma amizade forte e criaram laços quase familiares. Cada um com sua individualidade, eles deixam todas as diferenças de lado quando ocorrem os eventos juninos e comemorações, como o encontro anual de forrozeiros, em 13 de dezembro, no dia do aniversário de Luiz Gonzaga.
Tudo isso é organizado pela Asforró, como contou o presidente da associação, Marques Célio Rodrigues, 57. “Nós temos como objetivo lutar pela permanência e existência da nossa cultura tradicional, que é rica e quase um patrimônio dos nordestinos de Brasília. Fazemos show gratuitos, apresentações em praças, palestras em escolas e muito mais, para que as pessoas sintam a alegria e importância desse ritmo”, descreve o tocador de zabumba.
Marques acredita que forró não é só composto pela música, mas pelo sentimento que ele traz, de saudade, alegria e diversão. É isso que Abílio Vieira, 66, sente. Nascido no Piauí, o morador de Ceilândia chegou a ouvir que ser músico era para vagabundo, mas não desistiu da arte. “É que nem amor mesmo, podia pelejar para esquecer, mas está dentro de mim, não dá para me separar disso. Hoje, essa carreira já me levou para viajar o Brasil tocando, então é uma felicidade muito grande”, comemora. Abílio garante ainda que se apresenta em qualquer tipo de evento: “Se me chamarem para tocar minha sanfona em um velório, eu vou”, ri.

Saiba mais

Celebração

O Dia de São João é comemorado em 24 de junho, data do nascimento de João Batista, pregador da Galileia que batizou Jesus Cristo, mas é a noite de 23 de junho que marca o início da celebração da festa de São João Batista.

Programação

São João do Boi de Seu Teodoro
Centro de Tradições Populares de Sobradinho (Av. Contorno Q 15 AE 2 — Sobradinho, DF)
Hoje e amanhã, das 17h às 1h. Entrada franca. Classificação Indicativa Livre.
Arraiá do Bezerra
Lar dos Velhinhos do Bezerra de Menezes (Q. 14, AE 1, Sobradinho)
Hoje, a partir das 19h. Comidas típicas, brincadeiras e a imperdível quadrilha dos idosos, protagonizada pelos moradores do Lar dos Velhinhos do Bezerra de Menezes. Ingressos: 2l de leite. Classificação Indicativa Livre.
Arraiá Vegano 
Chácara Tempero Vegano (DF-280, km 9. Chácara Tempero Vegano — Zona Rural de Samambaia/DF)
Hoje, das 10h às 18h. A Tempero Vegano realiza arraiá na chácara. Comidas típicas, produtos artesanais, cachoeiras e terapias holísticas. Ingresso: R$ 6 (crianças até 6 anos não pagam). Classificação Indicativa Livre.
São João do Guará 2019
Guará 2, EQ 19/34 ao lado do Edifício Consei.
A partir das 17h. O 4° São João do Guará garante uma edição apaixonante com muitas barracas de comidas típicas, shows, quadrilhas e parque de diversões garantem a diversão do evento. Ingresso: R$ 8 (crianças até 10 anos não pagam). Classificação Indicativa Livre.
Festa Junina Faz Bem 
Restaurante Faz Bem (407 Norte, Bl. E, lj. 59)
Hoje, a partir das 18h. Casa vegana realiza festa junina com canjica, espetinho vegano, pamonha, caldos, rabanada, pipoca,
cachorro-quente, milho cozido, feijão-tropeiro, jacalinhada, quentão, palito de linguiça e muito mais. Entrada Franca. Classificação Indicativa Livre.
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